Luiz Carlos Motta*
ImprimirSetembro é mês da Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, e nesse período de reflexão quero exaltar a participação dessa parcela da população no mercado de trabalho.
Desde 1991, nosso País possui uma lei que determina que as empresas com mais de 100 funcionários destinem de 2% a 5% das vagas de empregos para pessoas com deficiência. Mesmo com a lei e o crescimento do portador com deficiência física no mercado de trabalho, precisamos prestar mais atenção nesse público, que se torna cada vez mais independente e se aperfeiçoa mais em diversas áreas.
Atualmente, as empresas buscam profissionais renomados e especializados para cada tipo de vaga. O estudo e a capacitação são de extrema importância para quem quer crescer profissionalmente. A capacidade física já não é mais tão vista como condição número 1 para conseguir emprego e assim o portador de deficiência ganha espaço e destaque no mercado de trabalho, pois é um público que, independente de suas limitações, busca a qualificação.
Nos meus anos de líder sindical, acompanho dezenas de exemplos de empresas que não atendiam aos requisitos básicos para contratar pessoas com necessidades especiais. O papel da empresa, além de atender a todos os requisitos para o trabalhador, é largar de lado o pré-conceito.
Hoje o mercado não quer somente empresas renomadas ou com um público conceituado, mas sim aquelas que atendam a todos os requisitos da atualidade, como uma governança corporativa, desenvolvimento sustentável e preocupação com a sociedade em geral. Trabalhar de forma a contribuir com a sociedade agrega valor à empresa, fideliza e conquista novos clientes.
Um dos exemplos de programas conscientes é o Café Sensorial, projeto da Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo que visa sensibilizar a comunidade empresarial e o poder público sobre a acessibilidade e inclusão dos profissionais com deficiência no mercado de trabalho.
Durante o Café, os convidados, que incluem autoridades e empresários, participam de forma lúdica de dinâmicas e situações que os colocam nos lugares dos trabalhadores com a deficiência. São dinâmicas que levam os convidados a refletirem sobre a necessidade de mais oportunidades para o desenvolvimento profissional e social do portador de necessidade especial.
O Estado também tem seu papel nessa luta: é seu dever garantir e dar condições para a inclusão das pessoas portadoras de deficiências não só no mercado de trabalho, como na sociedade como um todo.
*Luiz Carlos Motta é presidente licenciado da Fecomerciários de São Paulo e da UGT São Paulo