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ImprimirO governo do Estado deve lançar, ainda este mês, um programa de crédito para empresários dos ramos de bares e restaurantes que foram afetados pela crise, decorrente da pandemia do novo coronavírus.
O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, durante a primeira de uma série de reuniões para debater as estratégias de recuperação dos dois setores, realizada na noite desta segunda-feira (17) na sede da FIEMS (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. O secretário, no entanto, não detalhou quais serão os critérios de acesso e distribuição dos recursos, nem os valores.
A mudança no horário do toque de recolher, das 00h até às 05h e a diminuição dos impostos também estiveram entre os principais pedidos dos empresários que participaram do encontro. “O governo vai trabalhar justamente sobre estas três linhas: crédito, horário e carga tributária. Precisamos sair do convencional, das medidas simples porque os tempos mudaram e é preciso mudar as regras. Vamos buscar mecanismos para ver o que pode ser feito para ajudar o setor, mas o crédito financeiro sai ainda este mês”, explicou Riedel.
Entre as autoridades presentes, o consenso foi de que o ponto mais delicado a ser discutido é o aumento no horário permitido para circulação de pessoas no Estado. “Respeitamos o Prosseguir que é feito com base na análise de especialistas e seguindo todas as regras de biossegurança então é uma medida mais complexa de ser mexida”, comentou o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa (PSDB).
Já os empresários acreditam que a alteração no horário do toque de recolher, pode ajudar a amenizar o prejuízo causado pela pandemia. “O toque de recolher a partir da meia noite já seria o suficiente. Durante a pandemia não consegui atingir nem 10% do que eu faturava antes da pandemia”, comenta Luis Américo, proprietário do bar e conveniência Clan Bier no Bairro Chácara Cachoeira. Américo também cobra mais organização na definição das regras de funcionamento que são traçadas pelo poder público.
“O toque de recolher já foi às 20h,22h, 00h. Toda hora muda. Falta organização quanto às regras de biossegurança. Eles deviam fazer uma regulamentação prévia, as vezes avisam muito em cima da hora sobre as mudanças”, completa. Já a empresária Bruna da Costa, dona da Dom Pauligi Pizzaria também ressalta que a diminuição da carga tributária daria um “fôlego” para o setor. “Pedimos que pelo menos reduzam os valores do IPTU, do IPVA para empresas que estão com a frota parada, dos diversos alvarás, ICMS e outros tributos que pagamos mensalmente e anualmente. Sei que não é possível nos isentar de tudo, mas uma diminuição destes valores ajudaria bastante”, opina.
Reuniões como a de hoje também devem ser intermediadas pela FIEMS em Bonito, Três Lagoas, Dourados e Corumbá como parte do programa "Em Frente MS" de reestruturação econômica. “A recuperação depende de todos e dessa construção de ideias”, comentou o presidente da Federação, Sérgio Longen.
O titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, também reiterou o compromisso do debate coletivo entre os empresários e o poder público. “A ideia é justamente levantar as demandas do setor, formar um grupo de trabalho e determinar o que pode e o que não pode ser feito. O governo esta disposto a ajudar o setor da melhor forma possível”, concluiu o secretário.