\n \n Os cortes feitos pelo Banco Central na taxa básica de juros, a Selic, estão\n chegando ao consumidor. Segundo dados do próprio BC, os bancos repassaram as\n reduções, e as taxas médias de juros das operações de crédito para pessoas\n físicas atingiram em maio o menor patamar de toda a série histórica, de 38,8%\n ao ano.\n \n Até o momento, a menor taxa da série, que começa em julho de 1994, havia\n sido registrada em novembro de 2010, de 39,1% ao ano.\n \n Os dados mostram ainda que os bancos foram além dos cortes na Selic, reduzindo\n também o chamado "spread bancário" (que é a diferença entre a taxa de\n captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores finais do crédito). Isso\n porque, enquanto o juro pago pelos bancos recuou 3,5 pontos percentuais desde\n agosto de 2011, a\n queda no juro cobrado pelas instituições recuou mais: 7,4 pontos percentuais.\n \n O movimento de corte mais agressivo dos\n juros bancários coincide com propagandas das principais instituições\n financeiras. O primeiro anúncio aconteceu em 4 de abril, por parte do Banco do\n Brasil, e foi seguido pela Caixa Econômica Federal e por bancos privados, como\n Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander, entre outros.\n \n "Em maio, a queda dos juros\n bancários foi pronunciada. Não vemos queda nesse nível desde 2003",\n informou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.\n \n “Spread bancário”
\n O corte dos juros\n bancários com intensidade maior do que o recuo da taxa básica, definida pelo\n Banco Central, tem gerado redução do chamado "spread bancário". Em\n agosto do ano passado, estava em 34,4 pontos percentuais nas operações para\n pessoas físicas. Em maio deste ano, somou 30,5 pontos percentuais.\n \n O alto nível do "spread\n bancário" no Brasil tem sido duramente criticado pela presidente da\n República, Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o\n ministro da Fazenda, Guido Mantega. No mês retrasado, Mantega avaliou, após\n encontro com representantes das instituições financeiras, que os bancos\n privados têm "margem" para reduzir seu "spread bancário" e,\n consequentemente, os juros cobrados de seus clientes.\n \n Além do lucro dos bancos, o spread também\n é composto pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos\n depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre\n outros. Levantamento mostra que o setor bancário, representado por 25 bancos,\n foi o que registrou o maior volume de lucro entre as empresas de capital aberto\n em 2011 no Brasil. Estudo do Ministério da Fazenda mostram que o "spread\n bancário" brasileiro é um dos maiores do mundo.