\n \n Os brasileiros estão menos endividados neste início de ano. Os\n dados constam da pesquisa nacional Perfil Econômico do Consumidor (PEC) feita\n pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e o Instituto\n Ipsos com mil entrevistados em 70 cidades, incluindo nove regiões\n metropolitanas. A pesquisa foi divulgada hoje (11), no Rio. \n \n “O cenário mais crítico para a inadimplência já está superado”,\n disse o economista da Fecomércio-RJ, Paulo Padilha. Ele esclareceu que apesar\n da desaceleração da economia observada no ano passado, com crescimento mais\n moderado do que o previsto no final de 2011, os fundamentos da economia se\n mantiveram sólidos. “A gente continua com a taxa de desemprego em patamares\n historicamente baixos, a renda continua se comportando bem”. \n \n Se no primeiro semestre do ano passado, a inadimplência subiu, a\n partir do segundo semestre, os consumidores aproveitaram o cenário favorável\n para trocar dívidas. Houve retomada do movimento de aceleração da massa\n salarial e melhoria das condições de crédito, proporcionada pela ação do\n governo de "forçar" a redução da taxa básica de juros Selic, disse. \n \n “A pesquisa mostra que do segundo trimestre para o terceiro\n trimestre houve aumento do endividamento, considerando-se aí financiamentos em\n aberto, não atrasos necessariamente, mas pessoas pagando algum financiamento”.\n Ao mesmo tempo, a inadimplência diminuiu. “Foi um movimento até paradoxal. Você\n teve aumento do endividamento com queda da inadimplência. As pessoas pegaram\n crédito para pagar dívida”. \n \n Com a entrada dos benefícios associados ao décimo terceiro\n salário, as férias, a restituição do Imposto de Renda, esse endividamento caiu.\n “Porque as pessoas saldaram os financiamentos em aberto e a inadimplência\n continuou caindo”. Isso fez com que a pesquisa registrasse em dezembro o\n patamar mais baixo para a inadimplência. “E com fôlego para o primeiro semestre\n de 2013, porque as pessoas estão com o orçamento mais equilibrado, a\n perspectiva para a inadimplência é mais favorável do que era no ano passado, e os\n fundamentos estão melhores, porque a massa salarial voltou a acelerar, bem como\n as vendas no comércio varejista”, disse. \n \n De acordo com a sondagem, 40% dos brasileiros pagavam algum tipo\n de parcelamento em dezembro, mostrando redução em comparação aos anos\n anteriores. A taxa de inadimplência alcançou 12% em dezembro de 2012, com queda\n de 10 pontos percentuais em relação a 2010, quando atingiu 22%. O índice\n revelado pela pesquisa é o menor para o mês de dezembro da série histórica\n iniciada há quatro anos, informou o economista. \n \n Para o primeiro semestre de 2013, a única preocupação é\n a inflação, acrescentou. Os economistas da Fecomércio-RJ projetam variação para\n a inflação, em 2013, entre 5,6% e 5,7%, contra os 5,84% apurados pelo Índice de\n Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e\n Estatística (IBGE) para o ano passado. \n \n Paulo Padilha disse que o primeiro semestre será decisivo. “A\n gente tem que ver o que virá em termos de reajuste de combustíveis, de\n desoneração de energia”. Ressaltou, entretanto, que os indicadores de atividade\n relacionada ao comércio e ao saneamento do orçamento do consumidor têm se\n sustentado bem. O foco para voltar a crescer um pouco mais, de modo a atingir\n uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4% e 4,5%, é conseguir fazer\n com que os investimentos respondam de forma mais forte, acentuou. \n \n Em termos macroeconômicos, Padilha citou entre os pontos positivos\n para 2013 a\n disposição do governo em atacar questões estruturais, além da desoneração da folha\n de pagamento. “Conseguindo controlar a inflação, com o governo gastando de\n forma mais eficiente, eu vejo um cenário um pouco melhor para 2013”. nbsp;\n \n \n \n \n