O\n cenário do agronegócio para 2014 é otimista. Apesar dos gargalos \n enfrentados nos últimos anos, o setor deve gerar uma renda de R$ 440 \n bilhões em 2014. O assunto foi tema da palestra “Uma visão a médio prazo\n no Agro do Brasil” ministrada pelo professor de Estratégia e \n Planejamento da Universidade de São Paulo (USP), engenheiro agrônomo e \n especialista em agronegócio, Marcos Fava Neves, durante o Showtec 2014.\n Com ritmo acelerado de produção, as exportações brasileiras \n alcançaram quase US$ 100 bilhões em 2013, um crescimento de 4,3% em \n relação a 2012. Entre os principais produtos exportados, estão os grãos \n (soja) e carnes. “Ao todo, o agro vendeu 4 bilhões de dólares a mais que\n em 2012, e isso é muito positivo”, afirma o especialista, que lembra \n também o fato de a China ser o principal destino de exportação \n brasileiro no último ano. Cerca de 25% dos produtos brasileiros vão para\n aquele país.\n Fava Neves destaca as oportunidades para o agronegócio no Brasil,\n relacionando isso com o forte crescimento econômico e populacional \n mundial, além da intensa urbanização, algo que estimula ainda mais a \n produção de alimentos. No entanto, ele explica que há o que melhorar, \n principalmente em relação às leis e ao direito de propriedade. Além \n disso, o agrônomo defende o fortalecimento das associações e \n cooperativas, que representam o homem do campo em decisões importantes \n para o setor.\n Outro ponto que deve ser melhorado diz respeito à diversificação e\n especialização. Como exemplo, foi citada a produção de cana-de-açúcar \n como alternativa. “O melhor para uma região é ter uma diversificação \n saudável”, enfatiza, lembrando que é possível produzir determinadas \n atividades sem diminuir outras, como a produção de grãos.\n Ainda a respeito da produção em 2013, o agrônomo avalia que \n poderia ser melhor se os problemas estruturais de logística não fossem \n tão fortes. Ele lembra o incêndio que atingiu os armazéns da maior \n comercializadora de açúcar brasileira, a Copersucar, no Porto de Santos,\n e destruiu 180 mil toneladas de açúcar, cerca de 10% da exportação \n mensal do Brasil.\n Apesar dos obstáculos, “temos muita coisa boa pela frente”, \n observa Fava Neves, com bastante otimismo. Ele afirma que, para a \n próxima safra, a produção já superou a otimização. “Em médio prazo, pode\n ser que os preços não estejam tão bons quanto antes, mas ainda assim \n são bastante superiores se comparados com outras épocas e não vão cair”.\n Neste ano, o Brasil poderá ter a oportunidade de se tornar o \n maior produtor mundial de soja, caso chegue as 91 milhões de toneladas \n de soja esperadas, passando a produção norte-americana. Para que o êxito\n seja alcançado, o especialista sugere que os produtores busquem mais \n comprometimento com a causa agrícola, além de resgatar o \n empreendedorismo.\t \t \t \t