Exame/PCS
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Desemprego e inflação levaram o brasileiro a tomar menos cerveja, segundo a Ambev. Ainda que as receitas da empresa tenham crescido 1,7% no Brasil, o volume vendido caiu 4,5%.
A receita líquida total cresceu 3,2%, impulsionada pelo bom resultado na América Central e Caribe.
“Nosso desempenho melhorou em relação ao 1º trimestre, mas não na velocidade que gostaríamos”, disse Ricardo Rittes, diretor financeiro e de relações com investidores em conferência com jornalistas.
“Temos notado alguns sinais de estabilização do cenário macroeconômico, com desaceleração da inflação e melhora da confiança do consumidor, mas o desemprego deve continuar a pressionar a renda disponível no curto prazo”, disse.
A queda foi principalmente no segmento de cervejas populares. As bebidas premium apresentaram crescimento de dois dígitos.
Por isso, a empresa de bebidas atualizou sua projeção de crescimento para o ano. Ela espera ter receita líquida estável do ano, invés da expectativa anterior de alta.
A previsão de custo também foi ajustada, mas para baixo. Excluindo depreciação e amortização, os custos de produtos vendidos deverão ter crescimento de apenas um dígito no ano, ao invés da expectativa anterior de aumento entre 13% e 17% no ano.
O investimento não sofreu alterações
O principal motivo para a queda nos custos é a estratégia da empresa de aumentar as vendas de garrafas retornáveis.
Ao invés de garrafas long neck ou latinhas de alumínio, as garrafas de 1 litro e de 300 mL podem ser reutilizadas até 30 vezes. Ainda que o alumínio também seja reciclável, o seu custo é mais impactado pelo câmbio.
Com as garrafas retornáveis, o consumidor pode devolver a embalagem na próxima compra e ganhar descontos.
“O consumidor comprará apenas a bebida e não a embalagem. É uma relação ganha-ganha para ele, para o meio ambiente e para a empresa”, disse Rittes.
“Afinal, o nosso negócio é fazer cerveja e não embalagens”, afirmou.