Sábado, 23 de Novembro de 2024
Economia
26/02/2013 09:00:00
Custos dos planos individuais de saúde têm maior alta desde 2007
Esse é o maior resultado desde 2007, quando começou a série histórica do indicador criado pelo IESS, que é financiado por seis operadoras (Amil, Golden Cross, SulAmérica, Bradesco, Intermédica e OdontoPrev).

G1/LD

Imprimir
\n \n Os\n gastos dos planos de saúde individuais (contratados por uma pessoa física, e\n não por famílias ou empresas) com cada usuário tiveram um aumento de 16,4% nos\n 12 meses encerrados em junho de 2012, em comparação com o período anterior\n (julho de 2010 a junho de 2011), segundo divulgou o Instituto de Estudos de\n Saúde Suplementar (IESS) nesta terça-feira (26) em São Paulo.\n \n Esse\n é o maior resultado desde 2007, quando começou a série histórica do indicador\n criado pelo IESS, que é financiado por seis operadoras (Amil, Golden Cross,\n SulAmérica, Bradesco, Intermédica e OdontoPrev).\n \n Essa\n alta na Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) – que avalia a diferença\n no gasto por pessoa feito pelos planos em períodos consecutivos de 12 meses –\n reflete principalmente o peso das internações, que tiveram um crescimento de\n 16,6% no período. Em seguida, aparecem os tratamentos (15,1%), as consultas\n (13,3%) e os exames (9,8%).\n \n Enquanto\n o VCMH subiu 16,4%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) –\n usado pelo governo para medir a inflação geral – fechou em 6,1% no intervalo\n analisado.\n \n O\n superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, diz que o VCMH é\n sempre superior à variação do IPCA, tanto no Brasil quanto no exterior, mas\n essa diferença nunca havia sido superior a 10 pontos percentuais.\n \n Materiais mais caros
\n "Esse aumento nos custos das internações se deve ao valor muito elevado de\n materiais como próteses e órteses ortopédicas", diz. Isso porque a\n metodologia internacional do índice leva em conta fatores como o preço de\n materiais e procedimentos e a frequência de uso.\n \n Dados\n da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam, ainda, que o gasto\n médio por internação no país aumentou 15,5% entre 2007 e 2011: eram R$\n 3.219,56, e hoje são R$ 4.992,15.\n \n De\n acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que\n representa 15 grupos de operadoras (como Allianz, Amil, Bradesco, Golden Cross,\n Intermédica, OdontoPrev, SulAmérica e Porto Seguro), as despesas com\n internações sofreram uma variação de 215,4% entre 2007 e 2012, passando de R$\n 4,9 bilhões para R$ 15,4 bilhões.\n \n Dados\n do Ministério da Saúde revelam, porém, que os leitos de internação\n (hospitalares, clínicos, obstétricos, pediátricos e UTIs) dos setores público e\n privado aumentaram pouco entre março de 2007 e março de 2012: de 503.054 para\n 503.127.\n \n Alta por faixa etária
\n O VCMH mostra também que os beneficiários de planos com 59 anos de idade ou\n mais foram os que mais cresceram entre julho de 2010 e junho de 2012: 1,7%. Os\n usuários de 0 a 18 anos foram o segundo grupo com maior aumento, de 1,5%. Esses\n números refletem as duas faixas de maior procura pelos serviços dos planos de\n saúde – crianças e idosos.\n \n Na\n amostra do VCMH, 23,5% dos usuários têm mais de 59 anos, enquanto na população\n essa parcela da população é de 10,8%, segundo o Censo 2010 do Instituto\n Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).\n \n O\n diretor executivo da FenaSaúde, José Cechin, explica que o custo por faixa\n etária não pode variar mais do que seis vezes entre a primeira e a última. Além\n disso, pela lei brasileira, a diferença nos preços pode ocorrer apenas com base\n na idade do usuário, não em outros critérios.\n \n "Os\n idosos pagam mais, mas o valor ainda é abaixo do risco deles. Os jovens acabam\n bancando os mais velhos", afirma.\n \n Dados da saúde suplementar
\n Segundo o superintendente do IESS, há atualmente no Brasil cerca de 10 milhões\n de usuários de planos individuais – um quarto do mercado de saúde suplementar.\n A base de dados do instituto para fazer o VCMH reúne 10% desse total.\n \n Em\n 2012, o setor de saúde suplementar no país teve uma receita de R$ 94,3 bilhões\n e despesas de R$ 76,5 bilhões, segundo a ANS. Em setembro do ano passado, havia\n 67,1 milhões de beneficiários em todos os tipos de planos privados\n (individuais, familiares, empresariais e odontológicos), administrados por\n 1.338 operadoras de saúde.\n \n De\n acordo com a FenaSaúde, o mercado brasileiro de saúde suplementar cresceu 5,3%\n entre setembro de 2011 e setembro de 2012. Já os grupos representados por ela,\n que administram 29 empresas, tiveram alta de 8,4% no período, somando 25\n milhões de usuários.\n \n Apesar\n de a maior parte da cobertura das operadoras da FenaSaúde ser de planos de\n assistência médica (14,8 milhões), os odontológicos (10,2 milhões) foram\n responsáveis pelo maior índice de crescimento: 14,3%.\n \n O\n Boletim de Indicadores Econômicos e Financeiros da FenaSaúde, divulgado este\n mês, revela ainda que, de setembro de 2011 a setembro de 2012, os beneficiários\n dos planos de assistência médica – considerando todo o mercado – cresceram mais\n nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, com aumento de 11,2%, 7,4% e 5,1%,\n respectivamente. No Sudeste, foi registrada uma elevação de 2% e o Sul\n apresentou redução de 0,4%.\n \n No\n ranking do número absoluto de usuários, porém, o Sudeste (64,1%) continua\n líder, seguido das regiões Nordeste (13,5%), Sul (13,4%), Centro-Oeste (5,5%) e\n Norte (3,6%).\n \n \n \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias