O dólar fechou em queda nesta terça-feira (25), pela quarta sessão\n consecutiva, no menor nível em quatro meses, mesmo após o Brasil ser rebaixado\n pela agência de risco Samp;P na véspera. Segundo investidores, o rebaixamento\n da nota do país já era esperado e, por isso, já havia sido precificado\n (previsto nos cálculos dos operadores de mercado).\n \n A moeda norte-americana recuou 0,7%, a R$ 2,3062 na venda, no menor nível\n desde 26 de novembro, quando ficou em R$ 2,2957. Na mínima do dia, bateu R$\n 2,2989, a primeira vez que vai abaixo do patamar de R$ 2,30 também desde\n novembro passado.nbsp;\n \n Segundo dados da BMamp;F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5\n bilhão.\n \n A aceleração na queda ocorreu em reação a movimentos técnicos de correção no\n mercado doméstico e refletia a depreciação da divisa norte-americana no\n exterior após dados econômicos mais fortes do que o esperado sobre os Estados Unidos,\n destaca a Reuters.\n \n "O pessoal está se perguntando: O que tem de ruim pela frente que não\n está no preço?... Não tem muitos motivos para ficar comprando", disse à\n Reuters o operador de câmbio de um banco internacional, para quem, no entanto,\n o dólar não deve se sustentar abaixo de R$ 2,30.\n \n Após o fechamento dos mercados na véspera, a Samp;P cortou a classificação\n de crédito brasileira em um degrau, para "BBB-", faixa mais baixa da\n categoria grau de investimento enbsp; com perspectiva estável, citando a deterioração\n das contas públicas do país.\n \n "É como um aluno que já sabia que tinha ido mal na prova, mas ainda\n tinha alguma esperança. O “downgrade” [rebaixamento] só confirmou o que já se\n esperava", disse à Reuters o diretor de câmbio donbsp; Banco Paulista,\n Tarcísio Rodrigues.\n \n Segundo analistas, a manutenção do grau de investimento também sugere que o\n recente quadro de ingresso de divisas no país não deve mudar.\n \n Apesar da reação calma dos mercados, vários analistas se mostraram céticos\n de que o dólar consiga se sustentar abaixo do nível de R$ 2,30. Segundo eles,\n cotações mais baratas poderiam desagradar o governo pois tendem a prejudicar as\n exportações.\n \n Intervenções do BC
\n Além disso, alguns operadores acreditam que o Banco Central não deve rolar\n todos os swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, que vencem na\n terça-feira que vem, o que deve impedir quedas mais expressivas.\n \n "É provável que haja mais dúvidas sobre as intenções do BC com relação\n à rolagem, o que pode, pelo menos, desacelerar a queda do dólar abaixo de R$\n 2,30", escreveu o diretor administrativo de estratégia para mercados\n emergentes do Citi, Dirk Willer, em relatório, acrescentando acreditar que o BC\n deve deixar de rolar o equivalente a cerca de US$ 2 bilhões.\n \n Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta\n total de 4 mil swaps cambiais, todos com vencimento em 1º de dezembro, com\n volume equivalente a US$ 198 milhões. A autoridade monetária também ofertou\n contratos para 1º de outubro, mas não vendeu nenhum.\n \n Além disso, também vendeu a oferta total de 10 mil swaps em leilão para\n rolar os vencimentos em 1º de abril. No total, o BC já rolou pouco menos de 60%\n do lote totalnbsp; que vence na semana que vem, que equivale a US$ 10,148\n bilhões.\n \n Ainda faltam cerca de 85 mil contratos para serem rolados e o BC tem apenas\n 4 dias úteis para fazê-lo. E, mantendo o atual ritmo de oferta, de até 10 mil\n swaps por leilão, seriam colocados apenas 40 mil.\n \n nbsp;