Terça-Feira, 9 de Setembro de 2025
Economia
08/11/2013 09:00:00
Dólar fecha em R$ 2,31 após dados de emprego dos EUA; Bolsa tem 4ª queda
Essa perspectiva provocou a valorização do dólar sobre as moedas emergentes, uma vez que o corte no estímulo dos EUA pode restringir a oferta da moeda americana nesses mercados, pressionando o câmbio.

Folha/PCS

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A divulgação de fortes dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos em\n outubro reforçou as apostas dos investidores de que o Federal Reserve (banco\n central americano) vai começar a reduzir seu estímulo à economia ainda neste\n ano. \n \n Essa perspectiva provocou a valorização do dólar sobre as moedas emergentes,\n uma vez que o corte no estímulo dos EUA pode restringir a oferta da moeda\n americana nesses mercados, pressionando o câmbio. O mesmo movimento foi visto\n ontem, após a notícia de que o PIB americano cresceu 2,8% no terceiro\n trimestre. \n \n O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,46%\n em relação ao real, cotado em R$ 2,316 na venda --renovando seu maior valor\n desde 5 de setembro, quando ficou em R$ 2,334. A moeda chegou a subir 1,69% no\n decorrer do dia, atingindo a máxima de R$ 2,344. Na semana, houve avanço de\n 2,63%. \n \n Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,47%, a R$ 2,318\n --também renovando sua maior cotação desde 5 de setembro, quando ficou em R$\n 2,324. Na semana, houve ganho de 2,70%. \n \n Em relação às 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar só não subiu\n em relação a cinco: da Colômbia, das Filipinas, do México, da China e de Hong\n Kong. \n \n O sentimento de que os emergentes serão prejudicados por um corte no\n estímulo americano também se refletiu no mercado de ações. O Ibovespa,\n principal índice da Bolsa brasileira, teve perda de 0,93%, a 52.248 pontos\n --menor pontuação desde 4 de setembro. Foi o quarto dia seguido que o índice\n encerrou no vermelho. Na semana, houve desvalorização de 3,27%. \n \n A criação de empregos nos Estados Unidos acelerou inesperadamente em outubro\n apesar da paralisação temporária do governo, sugerindo que o impasse\n orçamentário teve um impacto mais limitado na economia do que se temia\n inicialmente. Os empregadores abriram 204 mil novas vagas no período, e a taxa\n de desemprego subiu para 7,3%, ante 7,2% em setembro. \n \n "É um dos indicadores mais avaliados pelo Fed na condução de sua\n política monetária. A melhora sugere que a autoridade poderá começar a cortar\n seu estímulo em dezembro. Mesmo que isso se torne realidade, é importante\n lembrar que o processo será gradual, o que ameniza o efeito negativo sobre os\n mercados emergentes no médio prazo", diz Julio Hegedus, economista-chefe\n da consultoria Lopes Filho. \n \n Desde 2009, o Fed compra US$ 85 bilhões por mês em títulos públicos para\n injetar recursos na economia dos EUA e estimular uma retomada. Como parte desse\n dinheiro migra para outros mercados na forma de investimentos, como o Brasil,\n um possível corte preocupa os investidores. \n \n As referências nos EUA deixaram em segundo plano dados positivos vindos da\n China, onde o governo divulgou que as exportações aumentaram 5,6% em outubro\n ante o ano anterior, facilmente superando as expectativas do mercado de avanço\n de 3,2% e se recuperando ante queda de 0,3% em setembro. \n \n Alívio de curto prazo \n \n Especialistas consultados pela Folha\n veem outros fatores que devem aliviar as preocupações com o estímulo nos EUA no\n curto prazo. \n \n "O aumento da taxa básica de juros [a Selic] para dois dígitos, que\n deve acontecer em breve, atrairá naturalmente mais aplicações externas ao\n Brasil, abastecendo a oferta de dólares no mercado", afirma Fernando\n Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. \n \n "Além disso, também deverá diminuir a pressão sobre o câmbio a entrada\n dos recursos das empresas que venceram o leilão do campo de Libra, no pré-sal,\n em dezembro", acrescenta. \n \n Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou mais um leilão de linha previsto\n em seu cronograma de atuações diárias no mercado de câmbio, com a venda de US$\n 1 bilhão com compromisso de recompra em 4 de fevereiro de 2014. \n \n Ações \n \n As ações da operadora de telefonia TIM exerceram a maior pressão negativa\n sobre o Ibovespa, caindo 3,89%, depois que o presidente-executivo da Telecom\n Italia, Marco Patuano, disse que a TIM, subsidiária do grupo no Brasil, é fundamental,\n mas que ele consideraria a venda do ativo por um preço "convincente".\n \n \n A queda das ações mais negociadas de Petrobras (-1,80%) e Vale (-1,38%)\n também pressionou o Ibovespa no dia. Esses dois papéis, juntos, representam\n cerca de 16% do índice. \n \n Em sentido oposto, os papéis da Embraer ganharam 1,79%, após o presidente da\n Embraer Defesa amp; Segurança, Luiz Carlos Aguiar, ter afirmado que o primeiro\n contrato firme de venda do cargueiro KC-390 deve estar fechado até junho do ano\n que vem, e o cliente não necessariamente será o governo brasileiro.\n \n \n
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