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ImprimirO dólar passou a operar em queda nesta terça-feira (9), em dia de maior aversão ao risco no exterior e após forte queda na véspera diante do cenário eleitoral após o 1º turno da disputa para a Presidência.
Às 9h58, a moeda norte-americana caía 0,75%, vendida a R$ 3,7372.
Na máxima, o dólar chegou a R$ 3,7911, e na mínima, atingiu R$ 3,7337.
Além de a atenção dos mercados estar voltada ao cenário eleitoral que definirá o novo presidente dentro de três semanas, o viés é negativo para mercados emergentes após o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortar as previsões de crescimento global para 2018 e 2019, colocando mais pressão sobre as economias em desenvolvimento que já enfrentam condições financeiras mais rígidas e saídas de capital.
O economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, disse que a suscetibilidade dos mercados emergentes a grandes choques globais aumentou. A disputa tem prejudicado o sentimento em relação às moedas de mercados emergentes, especialmente aquelas de países importadores de petróleo como a Turquia e a Índia, que tem sido pressionadas pelos preços do petróleo subindo para máximas de vários anos nos últimos meses.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Última sessão
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 2,31%, vendida a R$ 3,7658. Foi a maior queda percentual desde o recuo de 5,59% de 8 de junho passado e também o patamar mais baixo de fechamento em dois meses.
Ajustes nas perspectivas
Desde agosto, a moeda norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez aumentar a procura por proteção em dólar.
A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições nos últimos pregões, em meio ao resultado das últimas pesquisas eleitorais antes do 1º turno.
O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil. E, com o resultado das eleições, o mercado entende que o país poderá ser governado por alguém com o perfil adequado à sua preferência.
As flutuações costumam ocorrer conforme cresce a procura pelo dólar ou oferta: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta segunda. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.