Sábado, 23 de Novembro de 2024
Economia
03/05/2018 15:32:00
Dólar oscila após chegar a R$ 3,56, em dia de intervenção do BC

G1/LD

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O dólar apresenta leves oscilações ante o real nesta quinta-feira (3), mesmo com o Banco Central voltando a atuar no mercado de câmbio, para tentar suavizar os efeitos da alta da moeda. Na véspera, o dólar atingiu a maior cotação em quase dois anos.

Às 13h23, a moeda dos EUA cedia 0,10%, a R$ 3,5458. Na mínima do dia até o momento, o dólar chegou a cair a R$ 3,5213 logo após a abertura dos negócios, mas virou e chegou a bater 3,5667 na máxima da sessão.

Na vespéra, o dólar fechou com alta de 1,33%, a R$ 3,5492 na venda – maior cotação desde 2 de junho de 2016, quando o dólar estava cotado a R$ 3,5859.

Atuação do BC

Na noite de quarta-feira, o Banco Central informou que atuará no câmbio pelo quarto mês consecutivo, com a oferta de contratos de swap cambial, que equivalem à venda futura de dólares. É a primeira vez no ano, porém, que o BC irá oferecer ao mercado um número superior ao de contratos que vencem em junho.

Em junho, vencem 113 mil contratos que totalizam US$ 5,65 bilhões em swaps cambiais tradicionais, parte do estoque total de US$ 23,8 bilhões, informou o BC.

"O BC mostrou desconforto com o nível da moeda, mas trata-se de um alívio pontual", afirmou à Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Os mercados têm mostrado preocupações com a trajetória de alta de juros nos Estados Unidos, que podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira, segundo a agência de notícias.

Na véspera, o Federal Reserve, banco Central norte-americano, não mudou sua taxa de juros e expressou confiança de que o recente aumento da inflação para nível próximo à meta de 2% será sustentado. O Fed prevê atualmente mais dois aumentos dos juros este ano, embora número crescente de autoridades veja três como possível.

A cena política local também pesava sobre o mercado, diante das incertezas que rondam as eleições presidenciais de outubro. Os investidores temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa ser eleito.

Entenda a ação do Banco Central

Segundo o Banco Central, será realizado nesta quinta um leilão de 8,9 mil contratos de swap que terão vencimentos em agosto, em novembro e em janeiro de 2019, totalizando US$ 8,455 bilhões se mantiver e vender esse volume diário até o fim do mês.

Em junho, vencem 113 mil contratos que totalizam US$ 5,65 bilhões em swaps cambiais tradicionais, parte do estoque total de 23,8 bilhões, informou o BC. Vencem ainda nesta quinta-feira US$ 2 bilhões em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, mas o BC não anunciou leilão dessa natureza.

A última vez que o BC ofereceu contratos de swap cambial em número superior aos vincendos no mês foi em maio de 2017, segundo a assessoria da instituição.

"O BC jogou essa arma para ver se o mercado cria um piso, se estabiliza. Se ele vai ter sucesso, só o tempo dirá", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, DurvalCorrea.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, mas não entrega a moeda. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses instrumentos servem para dar "proteção" contra variações bruscas no câmbio aos agentes que têm dívida em moeda estrangeira. Isso evita que tenham que comprar moeda no mercado à vista para se protegerem.

Movimento de alta do dólar

A alta de mais de 1% da véspera foi pressionada pelo cenário externo, após o banco central dos Estados Unidos não reduzir expectativas de que os juros podem subir mais do que o esperado no país.

O aumento dos juros nos Estados Unidos tem potencial para atrair recursos aplicados em outras economias, sobretudo dos países emergentes.

Atualmente, o banco central dos EUA, o Fed (Federal Reserve) prevê outros dois aumentos dos juros este ano, embora um número crescente de autoridades monetárias veja três altas como uma possibilidade.

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