O dólar avançou nesta segunda-feira, fechando no patamar\n de R$ 2,35 pela primeira vez em quase 3 meses, com os investidores \n ainda preocupados com o cenário fiscal brasileiro e de olho na possível \n redução dos estímulos monetários americanos em breve.
A divisa avançou \n 0,75%, para R$ 2,3550 na venda, maior nível no fechamento desde 4 de \n setembro, quando ficou em R$ 2,3565. Segundo dados da BMamp;F, o volume\n de negociação ficou em cerca de US$ 1,3 bilhão.\n \n "Os aspectos fiscais (brasileiros) preocupam, a retirada\n dos estímulos dos Estados Unidos preocupam e a gente está chegando no \n fim do ano, quando a sazonalidade é de alta do dólar. Daqui para frente,\n não vai ter refresco", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam,\n Reginaldo Siaca.\n \n Dados divulgados nesta segunda-feira mostraram que o \n setor industrial nos Estados Unidos expandiu no ritmo mais rápido em \n dois anos e meio no mês passado, sugerindo que o Federal Reserve, banco \n central americano, pode começar em breve a reduzir seu programa de \n compra de títulos, enxugando a liquidez global.\n \n Além dos dados do setor industrial, os gastos com \n construção nos EUA subiram para o nível mais alto em quase quatro anos e\n meio em outubro, com uma recuperação em projetos de construção pública \n compensando queda nos gastos privados.\n \n No cenário interno, o mau desempenho fiscal continua \n incomodando os investidores após a divulgação de que, em outubro, o \n superávit primário foi o pior para esses meses e muito aquém das \n expectativas. Com isso, aumentou as expectativas de piora na avaliação \n do país, algo que pode afugentar o investidor de fora.\n \n O avanço do dólar veio a despeito das constantes \n intervenções do Banco Central brasileiro no câmbio, que realizou nesta \n segunda-feira mais um leilão de swap cambial tradicional previsto em seu\n cronograma de atuações. Foram vendidos 5 mil contratos com vencimento \n em 5 de março e 5 mil contratos com vencimento em 2 de junho de 2014. O \n volume financeiro da operação foi de US$ 497,3 milhões.\n \n Os agentes do mercado esperam para ver quais os próximos\n passos do programa de intervenções do BC, uma vez que as preocupações \n fiscais e a perspectiva de corte no estímulo monetário dos EUA devem \n continuar puxando para cima as cotações da divisa norte-americana.\n \n Segundo o especialista em câmbio da Icap Corretora, \n Italo dos Santos, a expectativa é que o BC continue rolando todos os \n swaps que vencerem e estenda as rações diárias para o próximo ano. "A \n gente está esperando mais atuações do BC no próximo ano, porque a \n tendência do dólar é para cima. Agora, se ele estender o programa e \n aumentar o lote diário, aí é outro jogo e ele embaralha as cartas", \n afirmou ele.\n \n O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, já \n afirmou que o programa de intervenções diárias não tem data para acabar.\n Na sexta-feira, a autoridade monetária informou, por meio da assessoria\n de imprensa, que passará a anunciar as atuações do programa de \n intervenções diárias entre 18h30 e 19h por "motivos operacionais", e não\n mais após às 19h30.