Pela\n sexta semana seguida, economistas de instituições financeiras reduziram\n suas previsões de expansão da economia brasileira neste ano, vendo \n queda ainda maior da indústria, mas ainda insuficientes para aliviarem a\n pressão sobre a inflação. \n O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer apenas 1,07 por cento\n em 2014, expansão inferior ao avanço de 1,10 por cento previstos até \n então pela mediana dos especialistas consultados, mostrou a pesquisa \n semanal Focus do Banco Central nesta segunda-feira. \n O cenário para a produção industrial é ainda pior, com expectativas de \n contração de 0,67 por cento neste ano, ante queda de 0,14 por cento. Na \n semana passada, foi divulgado que a produção industrial do Brasil recuou\n 0,6 por cento em maio, terceiro mês seguido de resultado negativo e \n mais uma vez com fraqueza dos investimentos. \n Para 2015, a pesquisa Focus mostrou que a mediana das estimativas não \n mudou sobre a expansão do PIB, a 1,50 por cento, mas também houve \n redução para a produção industrial, com crescimento de 2,10 por cento, \n ante 2,20 por cento. \n Em 2013, o PIB brasileiro cresceu 2,5 por cento. \n \n INFLAÇÃO ELEVADA\n Nem mesmo a esperada perda de força na atividade foi suficiente para \n aliviar as expectativas sobre a inflação, com os economistas mantendo a \n previsão de que o IPCA fechará este ano e 2015 com alta de 6,46 e 6,10 \n por cento, respectivamente. \n Ambos os casos estão próximos ao teto da meta do governo, de 4,5 por \n cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. \n O próprio BC projeta uma alta de 6,4 por cento do IPCA neste ano, ao \n mesmo tempo em que calcula chances praticamente iguais de a inflação \n estourar ou não o teto da meta. Entre outros fatores, o que tem pesado \n nas contas da autoridade monetária são os preços administrados. \n [nL2N0P716A] \n Pelo Focus, as projeções são de que esses preços vão subir 5,10 por \n cento neste ano e 7 por cento no próximo. Nos dois casos, os economistas\n pioraram suas visões, que viam alta de 5 e 6,75 por cento antes, \n respectivamente. \n Para os próximos 12 meses, a estimativa de alta do IPCA pelo Focus \n recuou ligeiramente neste ano, a 5,89 por cento, frente a 5,91 por \n cento.O IBGE divulga na terça-feira o IPCA de junho. O índice vem \n mostrando desaceleração nas leituras mensais, mas em 12 meses ainda se \n mantém próximo do teto da meta oficial. \n Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a \n inflação deve convergir para a meta se as condições monetárias forem \n mantidas, e que deflação nos índices gerais de preços tende a se \n refletir com mais intensidade nos preços ao consumidor.[nL2N0PC2II] Com \n isso, sinalizou mais uma vez que a Selic não deve subir tão cedo, \n expectativa corroborada pelo Focus, cuja mediana é de que ela termine o \n ano no atual nível de 11 por cento. Para o final de 2015, as contas \n também não mudaram, com a taxa básica de juros a 12 por cento. \n Um novo ciclo de aperto monetário somente começaria em janeiro de 2015, \n com alta de 0,25 ponto percentual, sem alteração sobre a semana \n anterior, mostrou o Focus.