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ImprimirEm um ano, entre abril de 2022 e o mesmo período de 2023, a geração de energia solar em Mato Grosso do Sul cresceu 67,8%. Segundo o Sistema de Informações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (SIGA-Aneel), a potência instalada de produção de energia solar fotovoltaica saltou de 466,6 MW para 783 MW. Com esse volume, o estado é o oitavo maior produtor nacional.
Mato Grosso do Sul fica atrás somente de São Paulo (2.629 MW), Minas Gerais (2.612 MW), Rio Grande do Sul (2.095 MW), Paraná (1.880 MW), Mato Grosso (1.154 MW), Santa Catarina (1.108 MW) e Bahia (856 MW).
Com a capacidade instalada atingida neste mês de abril, o volume de energia solar que o estado pode produzir já representa 64,5% do seu consumo máximo histórico, que foi de 1.213 MW, segundo a concessionária Energisa.
O número de unidades geradoras de energia solar do estado também cresceu significativamente nos últimos 12 meses, 59,4%, passando de 42,1 mil para 70,8 mil, na mesma comparação.
A capital sul-mato-grossense registrou uma expansão ainda maior na capacidade de produzir energia solar, 78%, na análise dos dados do mesmo intervalo. A potencial instalada passou de 112,8 MW para 200,8 MW. A cidade é a terceira do país no ranking de municípios com maior capacidade de produção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
A quantidade de unidades geradoras cresceu em um patamar pouco abaixo, mas também muito expressivo, 75,2%, de 12.307 para 21.562.
Investimento bilionário
O setor deve ganhar um impulso ainda maior em Mato Grosso do Sul. Nesta terça-feira (19) foi anunciado um projeto do grupo espanhol Solatio no valor de R$ 8,5 bilhões para a construção da maior fazenda de produção de energia solar do estado.
Serão instalados painéis solares em 3,5 mil hectares. Juntos terão capacidade para produzir 2,5 GW de energia elétrica, mais que o triplo da potência instalada em todo o estado.
O projeto será instalado no nordeste do estado. Um conjunto de placas será instalado em Cassilândia e conectado a uma estação em Chapadão do Sul e outro em Paranaíba, que será interligado ao de uma estação em Inocência.
Segundo o presidente da Solatio, Pedro Vaquer, as obras para a instalação das placas devem começar já em setembro deste ano e em 2025 deve ser iniciada a operação. Ele diz que a iniciativa tem como parceiro a empresa Tradener, que será a responsável pela comercialização da produção no mercado livre de energia elétrica.
O governador Eduardo Riedel, que participou do anúncio do projeto, ressaltou a importância do empreendimento para que Mato Grosso do Sul cumpra até 2030 a meta de se transformar em um estado Carbono Neutro. "É uma mudança de paradigma completa. É uma usina gigante, uma das maiores do Brasil, aqui em Mato Grosso do Sul", frisa.
Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou que as negociações para a viabilização do projeto começaram em 2016. “Esse é um investimento fundamental para a nossa política de incentivo à geração de energia limpa e renovável em Mato Grosso do Sul", destaca.