Economia
14/09/2012 06:54:01
Fundos de pensão bloqueiam compra da ALL pela Cosan
Fundos de pensão de estatais bloquearam a compra da ALL Logística, concessionária das ferrovias, pela Cosan, um dos maiores grupos agrícolas do mundo.
Folha/PCS
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\n \n Fundos\n de pensão de estatais bloquearam a compra da ALL Logística, concessionária das\n ferrovias, pela Cosan, um dos maiores grupos agrícolas do mundo. \n \n O\n negócio havia sido anunciado em fevereiro pelo dono da Cosan, Rubens Ometto. \n \n Por\n R$ 896 milhões ele compraria cerca de 5% das ações da empresa, o suficiente\n para ter o controle da ALL. \n \n A\n companhia tem 23 mil km de trilhos no Brasil e na Argentina, por onde passa a\n maior parte das cargas de açúcar e etanol das empresas de Ometto, que são\n grandes exportadoras. Mas até hoje o negócio não se concretizou. \n \n Isso\n porque os fundos Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa\n Econômica), que são os maiores acionistas da empresa mas não a controlam,\n ficaram insatisfeitos com a oferta de Ometto, que pretendia adquirir apenas\n ações de três sócios privados da empresa. \n \n Do\n total de ações da ALL, 25% estão na mão dos fundos e do BNDES, 63% estão\n pulverizadas no mercado e 11% pertencem a três acionistas privados -Julia\n Arduini, Ricardo Arduini e Wilson Lara. \n \n Apenas\n 10% de todas as ações da ALL, contudo, dão direito a voto. Dessa parcela, 53%\n pertencem aos sócios privados e 47%, aos fundos e ao banco estatal. Essa\n composição dá aos acionistas privados o controle da companhia, mesmo sendo\n donos da menor parte das ações. \n \n Ometto\n ofereceu comprar quase todas as ações com direito a voto apenas dos sócios\n privados, o que lhe daria o controle acionário integral. \n \n Ele\n ofereceu R$ 23 por ação, preço que é cerca de 150% superior ao valor das ações\n negociadas na Bolsa de São Paulo, que variaram este ano entre R$ 9 e R$ 10. \n \n A\n oferta gerou insatisfação dos fundos, que não ganhariam nada com a negociação e\n continuariam fora do controle da empresa. \n \n Eles\n reivindicam a venda de parte das ações deles a Ometto, para também ganharem com\n o negócio. O empresário não concorda em pagar mais, a não ser que o BNDES\n financie parte da compra. \n \n Os\n fundos de pensão de estatais e o BNDES disseram que não se pronunciariam pelo\n fato de a ALL e a Cosan serem companhias abertas. \n \n A\n compra da ALL pela Cosan era vista com bons olhos por parte do governo no\n início da transação. A expectativa era que a gestão da ferrovia -hoje alvo de\n reclamações por parte dos usuários- pudesse ser melhorada. \n \n Mas\n alguns especialistas dizem que a venda para a Cosan, um grande usuário dos\n trilhos, pode reduzir o acesso de outras empresas à rede, a despeito de mudança\n feita na legislação em 2011. \n \n O\n governo mudou a regulamentação ferroviária para permitir que as redes sejam\n abertas a todos os usuários interessados. O diagnóstico era que as\n concessionárias eram controladas por companhias que davam preferência às suas\n cargas, principalmente minérios e siderúrgicos, dificultando o uso da via por\n outros setores.\n \n \n
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