Domingo, 8 de Junho de 2025
Economia
16/10/2012 09:00:00
Ilusão do crédito fácil faz endividamento começar mais cedo
No Brasil, mais de 35 milhões de pessoas entraram no mercado de crédito, segundo a pesquisa da Boa Vista Serviços, empresa administradora da SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

CGNews/PCS

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\n \n Já\n cantava Paulinho da Viola que “dinheiro na mão é vendaval”. Se fosse para fazer\n uma adaptação da música sobre o cenário econômico atual, a letra diria que\n cartão de crédito é temporal impetuoso e pode se transformar fácil em uma bola\n de neve caso não for bem administrado. E aí a consequência direta é o\n endividamento, que está começando cada vez mais cedo.\n \n No Brasil, mais de 35 milhões de pessoas entraram no\n mercado de crédito, segundo a pesquisa da Boa Vista Serviços, empresa\n administradora da SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).\n \n Segundo o economista Flávio Calife, da Boa Vista Serviços,\n a maioria dos inadimplentes é o “novo consumidor”. “Ele não conhece bem como\n funciona o crédito, não avalia prazos e juros e acaba utilizando de forma\n indevida, então é comum a inadimplência por falta de experiência”, explica.\n \n O\n estudante Bruno Marinho, de 19 anos, entrou no limite do cartão de crédito, em\n menos de um ano, gastando em balada. “Meu limite é de R$1.500, fui passando e\n não controlava, quando vi já tinha explodido”, conta. Para o jovem, o crédito\n pode ser um benefício, desde que bem usado. “Tem que saber administrar e gastar\n com coisas essenciais”, pondera.\n \n De acordo com o economista, para o consumidor não perder o\n controle do crédito é necessário conhecer os gastos e utilizar dentro da\n capacidade de pagamento ou para aumentar o patrimônio, ou seja, um investimento\n que gere rendimento.\n \n “O\n problema é o limite que é alto, se não tiver muito controle dos gastos, se\n enforca mesmo”, pontua a babá Maria de Fátima Alves Nascimento, de 40 anos. Ela\n tem cartão de crédito há dois anos e acabou se endividando com compras de\n pequeno valor. “A maior parte é roupa”, confessa.\n \n De\n acordo com o economista, para o consumidor não perder o controle do crédito é\n necessário conhecer os gastos e utilizar dentro da capacidade de pagamento ou\n para aumentar o patrimônio, ou seja, um investimento que gere rendimento.\n \n Embora\n também tenha se endividado, Kelly Cristiny Barbosa de Lima, de 29 anos, usou o\n crédito para comprar material de construção para reformar a casa onde mora. “Me\n enrosquei no parcelamento, fui pagando só o mínimo e virou uma bola de neve,\n não dei conta de colocar em dia”, conta.\n \n Ela\n usa o cartão de crédito há três anos, mas o endividamento chegou em menos de um\n ano, e até hoje ela tenta pagar o que deve. “O que me conforta é que investi na\n minha casa, não foi consumismo”, argumenta.\n \n Flávio\n explica que o crédito é bom em casos como este, que o consumidor investe em um\n bem durável. “Mas a preocupação é de que os novos consumidores utilizam de\n forma demasiada”, enfatiza.\n \n O\n economista aponta que um estudo recente mostra que aumentaram as inadimplências\n de gastos com alimentação e vestuário. “As pessoas usam o cartão para tudo, no\n dia-a-dia, com gastos correntes, que podem descontrolar alguns orçamentos”,\n explica.\n \n Em\n 2011, de janeiro a setembro, o valor de inadimplência é de 22% entre os\n consumidores de crédito. Neste ano, o número baixou para 6%, em relação ao\n mesmo período do ano passado. Em 2011, o índice de recuperação por crédito\n cresceu 18%, e neste ano, 13,9%.\n \n \n
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