\n A produção de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul na safra 2013/2014 deve crescer 18,3% em relação ao ciclo 2012/2013. Segundo estimativa divulgada ontem, quarta-feira (3), pelo presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado (Biosul), Roberto Hollanda, a quantidade de matéria-prima disponível nos canaviais para moagem deve chegar a 44,1 milhões de toneladas, frente aos 37,2 milhões de toneladas processadas na safra passada.

Hollanda atribui o crescimento da produção do Estado, que deve ser um dos maiores do País no ciclo, a entrada em operação de duas novas usinas, que vão ampliar de 22 para 24 unidades o parque sucroenergético sul-mato-grossense e ainda ao incremento de produção das plantas que já estão em operação. "Esse processo de crescimento é normal e ocorre dentro do previsto. Temos muitas usinas novas, com grande capacidade de moagem e que demandam algumas safras para formar totalmente seus canaviais", explica.

O presidente da Biosul aponta que a área total cultivada com cana no Estado vai atingir nesta safra 738 mil hectares, o que significa um aumento de 15% em relação ao cultivado na anterior. Desse total, 626,5 mil são de áreas de corte (15,4% a mais que no ciclo passado), 75 mil hectares são de áreas de expansão (17% a mais), 25 mil hectares são de áreas de renovação (14% a menos) e 12 mil hectares são destinados a produção de mudas (20% a menos).

Ele explica que a exemplo do que ocorreu nas últimas safras, a produção deste ciclo deve ser novamente afetada pela influência climática, em especial, o período de escassez de chuvas registrado no Sul do Estado entre novembro de 2012 e janeiro de 2013. "Esse é o período mais importante de crescimento para a cultura e justamente nessa época choveu pouco, o que deve impactar na produção", projeta.

Mesmo com esse impacto, que ainda não pode ser mensurado, a Biosul estima que deverá ocorrer um aumento de produtividade agrícola dos canaviais do Estado em 2,5%, de 68,7 toneladas de cana por hectare para 70,4 toneladas por hectare. Essa produtividade, conforme o presidente da entidade ainda é baixa, se contar como parâmetro a média histórica de Mato Grosso do Sul que é 80 toneladas por hectare e o pico de até 87 toneladas por hectare.

Além do aumento de produção, a matéria-prima produzida também terá mais qualidade. O índice de Açucares Totais Recuperáveis (ATR), vai subir 1,4%, de 136,8 por tonelada de cana vai passar para 138,8 por tonelada de cana. O mix, ou seja, a quantidade de cana que é destinado a fabricação de cada produto, deverá ser ainda mais alcooleiro neste ciclo, passando dos 64% registrados na safra passada para 66% da cana processada sendo destinada a produção de etanol.

Mais açúcar e etanol
Com maior quantidade e melhor qualidade da matéria-prima disponível, as usinas devem ampliar significativamente sua produção. A de etanol vai passar dos 1,915 bilhão de litros do ciclo 2012/2013 para 2,352 bilhões de litros na nova safra, um incremento de 22,8%. Desse total, 70,8%, o equivalente a 1,667 bilhão de litros serão do etanol hidratado, que é utilizado diretamente nos veículos flex e nos que consomem somente o biocombustível. Outros 684,6 milhões de litros serão do anidro, que é misturado a gasolina, atualmente na proporção de 20%.

A produção de açúcar deve ter um aumento ainda maior, 26,1%, saltando de 1,742 milhão de toneladas para 2,197 milhão de toneladas. Já o terceiro produto do setor, a bioeletricidade deve ter um aumento do volume entregue ao Sistema Interligado Nacional de 27%, passando de 1.292 GWh para 1.682 GWh. Essa quantidade de energia seria suficiente, conforme a Biosul, para atender todo o consumo residencial de Mato Grosso do Sul. \n \n