Henrique Meirelles, ministro da Fazenda: pasta trabalha com a estimativa de crescimento de 1% para o próximo ano (Foto: Andressa Anholete/AFP)

Em novo relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, analistas estimam uma retração maior do PIB em 2016 e crescimento menor em 2017.

Há duas semanas, o BC informou que seu índice de atividade (IBC-Br) recuou 0,48% em outubro ante setembro. O resultado reforçou a expectativa de que a economia volte a crescer apenas em 2017. Mas o mercado agora prevê para o País um crescimento de 0,50% no próximo ano, abaixo do 0,58% projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 0,98%. Em suas projeções, o Ministério da Fazenda trabalha com a estimativa de crescimento de 1,00% para o próximo ano.

O relatório Focus da semana indicou também ligeira piora nas projeções de atividade para 2016. Pelo documento divulgado nesta segunda-feira, 26, a mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 passou de uma retração de 3,48% para uma queda de 3,49%. Há um mês, a perspectiva era de recuo também de 3,49%.

Já as projeções para a produção industrial melhoraram um pouco em relação ao último boletim, mas continuam abaixo de estimativas feitas há um mês. A queda prevista para este ano passou de 6,72% para retração de 6,68%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial passou de 0,75% para 0,88%. Há um mês, as projeções eram de recuo de 6,23% para 2016 e alta de 1,21% para 2017.

Inflação dentro da meta

O levantamento, que ouve uma centena de economistas de instituições financeiras toda a semana, mostrou que, pela mediana das estimativas, o IPCA fechará este ano com alta de 6,40% –dentro da meta oficial, de 4,5% com margem de tolerância de 2 pontos percentuais–, abaixo dos 6,49% esperados até então. Para 2017, as contas passaram a 4,85%, ante 4,90% da semana anterior, aproximando-se ainda mais do centro da meta, de 4,5%.

Juros e dívida

A taxa básica de juros, a Selic, fechará 2017 a 10,50 por cento, segundo a mediana das projeções do boletim – ela hoje é de 13,75%. A projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano permaneceu em 45,20% no Focus. Há um mês, estava em 45,40%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 50,75% para 50,74%, ante projeção apontada um mês atrás de 50,79%.