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ImprimirO ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira (21) que o movimento de alta do dólar é "global" e está relacionado com o processo de "normalização" da política monetária dos Estados Unidos, ou seja, com a alta dos juros no país - que atrai recursos para a economia norte-americana.
"É um movimento global e não podemos mudar essa direção [do dólar]. Podemos reduzir o excesso de volatilidade", declarou o ministro durante teleconferência com a imprensa estrangeira.
Nesta segunda o dólar opera em queda, depois de 6 altas consecutivas. A desvalorização ocorre depois de o Banco Central anunciar que vai aumentar a oferta de dólares e que poderá voltar a atuar no mercado de câmbio, se necessário.
Às 12h10, a moeda dos EUA caía 0,73%, cotada a R$ 3,7136 na venda.
Eduardo Guardia também avaliou que a situação da economia brasileira é diferente de outros países emergentes. Ele observou que o Brasil possui mais de US$ 370 bilhões em reservas internacionais, que tem um déficit baixo nas contas externas (balança comercial, serviços e rendas), financiado totalmente por investimentos estrangeiros, além de inflação e juros básicos baixos.
Segundo ele, para melhorar a situação da economia é preciso seguir na agenda de reformas. O ministro da Fazenda lembrou que o governo já aprovou a reforma trabalhista e acrescentou que é necessário dar continuidade às discussões sobre a reforma da Previdência Social.
Ele citou ainda o processo de privatização da Eletrobras, que está na agenda do governo para este ano, além de suas distribuidoras.
"A agenda de reformas é crucial para manter os ganhos, pois assegura um crescimento sustentado. É o que o governo tem feito nos últimos anos. Temos trabalhado em medidas importantes para aumentar a eficiência e produtividade da economia. Há muito a ser feito. Continuaremos a trabalhar na agenda de reformas", declarou Guardia.
Tributação sobre combustíveis
Em meio à alta do preço dos combustíveis no país, reflexo da valorização do petróleo no mercado internacional, o ministro da Fazenda reafirmou que não há espaço para reduzir tributação sobre combustíveis nesse momento.
Caminhoneiros voltaram a protestar contra o aumento do preço do diesel nesta segunda, mesmo dia em que foi anunciada mais uma alta no valor nas refinarias, de 0,97% a partir de terça (22). Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos. A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos preços internacionais do petróleo.
Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciaram a convocação de uma comissão geral conjunta no Congresso para debater e buscar soluções para a alta nos preços de combustíveis, principalmente da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
"Não podemos ter redução de tributos nesse momento. Não há nenhuma decisão sobre isso ainda", declarou Guardia.