Mato Grosso do Sul completa, neste ano, o terceiro recorde consecutivo na\n produção de milho, com 8 milhões de toneladas. O resultado, que poderia ser\n considerado positivo, torna-se preocupante ao produtor em razão do cenário de\n alta oferta. A tendência é de intensificação da queda do preço do grão, que já\n recuou 32% desde março deste ano. A análise é do técnico da Federação de\n Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) Leonardo Carlotto, que acrescenta que há\n forte possibilidade de problemas de estocagem da soja – na época da colheita\n desse grão, no início de 2015, ainda deverá ter milho travado nos armazéns.\n \n “Devemos colher 600 mil toneladas a mais que o volume previsto\n inicialmente”, informou Carlotto. A colheita, que finda nesta semana, foi\n favorecida pela ocorrência de chuvas, de acordo com o técnico. Isso fez com que\n a produção, estimada em 7,4 milhões de toneladas, alcançasse 8 milhões de\n toneladas. Essa quantidade supera levemente (variação de 1,28%) a da safra\n anterior (7,8 milhões de toneladas), mas representa avanço significativo, se\n considerado o desempenho dos outros anos: conforme dados da Companhia Nacional\n de Abastecimento (Conab), Mato Grosso do Sul colheu 6,11 milhões de toneladas\n do cereal em 2012, quase o dobro do volume produzido em 2011 (3,11 milhões de\n toneladas); nas safras anteriores, o melhor resultado havia sido, até então, o\n de 2010 (3,36 milhões de toneladas).\n \n O problema é que esses números ocorrem em um momento de grande estoque de\n milho nos mercados interno e externo. Além de Mato Grosso do Sul e os demais\n estados produtores do Brasil apresentarem, neste ano, desempenhos melhores que\n os da safra anterior, os Estados Unidos também colocam, no mercado, elevada\n quantidade do cereal – a estimativa é de 353 milhões de toneladas na safra\n norte-americana. nbsp;