Economia
26/11/2013 11:28:57
OSX, de Eike Batista, tem prejuízo de R$ 1,84 bi no 3º trimestre
A empresa de construção naval OSX teve prejuízo de R$ 1,84 bilhão no terceiro trimestre, revertendo o lucro de R$ 6,92 milhões registrado um ano antes, informou a empresa do grupo do empresário Eike Batista na noite de segunda-feira.
Terra/PCS
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Eike Batista participa de conferência em Beverly Hills, nos Estados Unidos, em maio de 2011 (Foto: Fred Prouser / Reuters)
\n A OGX, empresa criada em 2007, fez a oferta inicial de ações (IPO, sigla em\n inglês) em junho de 2008 e levantou R$ 6,7 bilhões. O preço da ação na estreia\n foi de R$ 1.131. À época, a empresa arrematou 21 blocos exploratórios por meio\n da 9ª rodada de licitações da ANP. Em decorrência do auge da empresa, em 2011,\n Eike Batista atingiu o posto de 7º mais rico do mundo.\n \n nbsp;\n \n Em 2012, as críticas ao empresário\n começaram a aparecer. A Revista Época afirmou que o empresário tinha um ano\n para entregar o que prometia antes que os investidores desistissem da\n empresa. Para a publicação, o empresário construiu o império das empresas X\n sobre uma base que não era sólida, já que ele não possuía experiência no ramo\n de petróleo, prometendo metas consideradas altas, mas que suas empresas não\n tiveram a capacidade para entregá-las. Além disso, para alguns especialistas,\n Eike "abriu demais o leque", já que seus investimentos iam de\n petróleo até o vôlei, por exemplo.\n \n Segundo a revista, Eike conseguiu\n estruturar as empresas X graças ao dom nas vendas e ao bom momento do Brasil no\n cenário internacional pré-crise. Porém, sua principal empresa - a petrolífera\n OGX - não conseguiu entregar os altos resultados prometidos, comprometendo\n assim as demais companhias criadas para fornecer estrutura para ela, como a\n OSX, por exemplo. Além disso, Batista também perdeu diversos executivos de\n ponta (uma das bases para ele ter credibilidade no mercado), o que fez com que\n ele tomasse o pior dos golpes: a perda de confiança no mercado internacional.\n Com isso, segundo a Época, o empresário não teve verba para reinvestir em suas\n empresas do ramo de petróleo.\n \n Ainda em 2012, a crise na empresa\n apareceu mais notoriamente quando a OGX rebaixou a projeção de produção de\n barris diários nos blocos de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, no Rio de\n Janeiro. O campo, que deverá interromper suas operações no ano que vem, era o\n único produtor de petróleo da empresa. Inicialmente, a companhia previa\n reservas de até 110 milhões de barris no local, mas até maio deste ano só tinha\n produzido 10 mil.\n \n No ano de 2013, Eike perdeu a\n colocação que tinha na Forbes (passou da 8º para a centésima posição no ranking\n dos mais ricos) e amargou um prejuízo de R$ 1,2 bilhão na OGX, 135% maior na\n comparação com o ano anterior. Ele começou então a vender parte das operações\n da petroleira.\n \n Em crise, Eike Batista conseguiu um\n empréstimo de R$ 10,4 bilhões concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento\n Econômico e Social (BNDES).\n \n Em outubro, a companhia anunciou que\n deixaria de pagar uma dívida de US$ 45 milhões (aproximadamente R$ 100 milhões)\n referentes a juros de bônus externos, o que gerou a expectativa de um pedido de\n recuperação judicial em 30 dias (nesta quinta-feira) para evitar um pedido de\n falência. Os juros são referentes a um empréstimo de US$ 1,063 bilhão com\n vencimento em 2022. No mesmo mês, a empresa demitiu cerca de 20% (60) dos cerca\n de 300 funcionários que ainda atuavam na companhia.\n \n Segundo a agência de notícias\n Bloomberg, Batista, depois da crise, deixou de ser bilionário e agora teria\n menos de US$ 500 milhões líquidos (R$ 1,1 bilhão), segundo estimativa da\n publicação.\n \n Grupo EBX
\n Outros braços do grupo de Eike também enfrentam problemas. A construtora de\n navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da OGX,\n deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.\n \n Em julho, Eike renunciou à presidência\n e do conselho de administração da MPX, empresa do setor de energia do\n conglomerado, que mudou de nome e passou a se chamar Eneva e é controlada pela\n alemã E.On. A empresa de energia também anunciou no começo da semana que firmou\n um contrato com bancos credores para assumir a parcela que não possui da OGX\n Maranhão, uma subsidiária da petroleira de Eike Batista, por R$ 200 milhões\n caso sua controladora, a petroleira OGX, fique inadimplente.\n \n Segundo a consultoria Economática,\n apenas no primeiro trimestre de 2013, as seis companhias de capital aberto (ou\n seja, negociadas na bolsa) do empresário (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX)\n registraram um prejuízo total de R$ 1,154 bilhão, alta de 539% em relação ao\n mesmo período do ano passado.\n \n \n
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