UFGD/LD
ImprimirNo mês de dezembro de 2018, a cesta básica de alimentos adquirida em Dourados ficou, em média, 0,82% mais barata em relação a mesma cesta comprada em novembro de 2018. É o que constata a pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD), realizada na última semana de ano passado e primeira semana do ano de 2019.
Os produtos que compõem a cesta básica, conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), e de acordo com a Lei Nº 399 que estabelece o salário mínimo são: açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate.
O preço da cesta básica adquirida em Dourados no mês de novembro ficou em R$ 384,82 - o que significa 40,34% do salário mínimo, no valor de R$ 954,00. No mês de dezembro de 2018, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia um pouco inferior a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica: R$ 381,68, o que equivale a 40% do salário mínimo vigente.
Já o acumulado do ano aponta que, em 2018, a cesta básica teve um aumento no custo em 8,55%, o que a equipe de pesquisa avalia como um crescimento alto. “Se levarmos em conta o comportamento da inflação, que fechou um pouco acima de 4% no ano de 2018, este aumento na cesta básica é elevado. O resultado dos preços da cesta básica anual é um indicador muito importante para toda a economia brasileira, já que reflete a situação dos preços na economia como um todo. Os potenciais investidores levam em conta a situação do mercado consumidor para a tomada de decisão ao investir recursos”, opina o professor Enrique Duarte Romero, coordenador da pesquisa.
Comparações com o Brasil Em âmbito nacional, o maior preço da cesta básica foi registrado em São Paulo: R$ 471,44; seguida por Rio de Janeiro com R$ 466,75 e a terceira capital com maior preço da cesta foi Porto Alegre, com R$ 464,72.
Campo Grande teve registros do preço da cesta no mês de dezembro em R$ 422,88. Dessa forma, a cesta básica em Dourados é mais barata do que capital do Estado. “Registramos que a capital apresentou no ano de 2018 o maior aumento da cesta básica no país, que foi de 15,46%”, afirma Enrique.
Custo em horas de trabalho Outro dado interessante que os pesquisadores apresentaram é o cálculo de quantas horas de trabalho são necessárias para se adquirir uma cesta básica na cidade de Dourados.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais para receber, pelo menos, o valor estipulado como salário mínimo. Calcula-se assim, que no mês de novembro de 2018, um trabalhador douradense precisou trabalhar 88 horas e 44 minutos para pagar a cesta básica. Em dezembro de 2018, este mesmo trabalhador precisou de 88 horas e 1 minuto. “Isto representou um pequeno ganho do poder de compra do salário do trabalhador douradense comparado com o mês de Novembro/2018. Este ganho ocorreu devido à queda dos preços da Cesta Básica douradense no mês de Dezembro”, avalia Enrique.
Levando em consideração a determinação da Constituição Nacional - que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas do trabalhador brasileiro e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência - o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Dessa maneira, em novembro e dezembro de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.959,98, isso significa 4,15 vezes mais do que o mínimo vigente que é de R$ 954,00.
O que ficou mais barato Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, sete deles diminuíram de preço ao longo do ano de 2018. Café, banana e margarina são os produtos que tiveram maior diminuição de valor. Já produtos como o pão e o feijão tiveram um aumento bastante elevado.
“Destacamos o pão-francês que teve o maior aumento chegando a 52,90%, feijão com 25,59% de aumento e a carne com 10,43% de aumento repercutindo no aumento da Cesta no ano de 2018 por ser o principal produto que compõe a cesta”, detalha Enrique. “E mesmo quando temos uma queda dos preços, reforçamos nossa sugestão aos consumidores douradenses de que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados da nossa cidade. O supermercado que praticou o preço mais elevado da cidade foi de R$ 396,32 e o menor com R$ 346,74 reais com os mesmos produtos. Isto representa uma diferença de R$ 49,58; ou seja, 14,30% de economia, um ganho que consideramos compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos”, orienta o pesquisador.
O professor ainda aconselha a verificar os levantamentos realizados pelo PROCON do município, que no início de cada mês apresenta os nomes de estabelecimentos e os respectivos preços de cada produto.