Sábado, 23 de Novembro de 2024
Economia
06/03/2017 15:32:00
Poupança perde R$ 1,67 bilhão em fevereiro

G1/LD

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A caderneta de poupança continuou perdendo recursos em fevereiro de 2017, mas num volume bem menor que o registrados no mês nos últimos dois anos.

Segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (6), as retiradas da poupança superaram os depósitos em R$ 1,67 bilhão em fevereiro. Em fevereiro de 2015 e de 2016, a mais tradicional modalidade de investimentos do país havia perdido, respectivamente, R$ 6,26 bilhões e R$ 6,63 bilhões.

O resultado do mês passado foi o melhor, para meses de fevereiro, desde 2014 - quando a poupança registrou ingresso de R$ 1,85 bilhão.

No acumulado do primeiro bimestre de 2017, a poupança registrou perda de R$ 12,4 bilhões. Em igual período do ano passado, a retirada foi de R$ 18,67 bilhões.

Em todo ano de 2016, R$ 40,7 bilhões deixaram a poupança. O resultado foi o segundo pior da série histórica, que começa em 1995, atrás apenas de 2015, quando saíram da poupança R$ 53,5 bilhões.

A saída de recursos da caderneta de poupança acontece em um momento de baixo nível de atividade econômica, com aumento do desemprego e inadimplência em patamar elevado. Além disso, a poupança também tem registrado baixo rendimento frente a outras aplicações financeiras.

Saldo da poupança

Apesar de os saques terem superado a entrada de recursos, no final de fevereiro o estoque da poupança, ou seja, o volume total aplicado, registrou alta.

No fim de dezembro de 2016, o saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de janeiro de 2017, recuou para R$ 658,5 bilhões e, em fevereiro, avançou para R$ 660,65 bilhões.

Isso ocorreu porque a esse estoque é somado o rendimento das cadernetas que, em fevereiro, somou R$ 3,75 bilhões - portanto, superior ao volume de retiradas do mês.

Rendimento

O baixo rendimento da poupança também tem contribuído para as retiradas. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (a taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano.

Atualmente, a Selici está em 12,25% ao ano.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), na atual situação as aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham mais atratividade porque o rendimento fica acima do da poupança na maioria dos casos.

A poupança continua atrativa somente para fundos com taxas de administração acima de 2,5% ao ano.

No ano passado, de acordo com a Economatica, a caderneta de poupança rendeu 8,3%. Ou seja, o rendimento das cadernetas foi superior à inflação de 2016, que ficou em 6,29%. Foi o melhor resultado desde 2009, quando o ganho foi de 2,63%.

Mesmo assim, a poupança perdeu para a Bovespa (30,72% de rentabilidade, descontada a inflação) e para a renda fixa, representada pelo CDI, que teve ganho real de 7,25% em 2016.

Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.

Quando a poupança pode ser atrativa

Apesar do baixo rendimento, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção, mas somente em poucos casos. Por exemplo: para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências.

A vantagem da poupança em relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a aplicação.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

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