Domingo, 20 de Abril de 2025
Economia
24/06/2014 12:15:36
Prefeitos da região norte atravessam pior crise da história com queda constante nos repasses
Segundo dados da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), a previsão é que o repasse do FPM seja 24,9% menor no mês de junho em comparação a maio.
Os prefeitos Aluizio São José (e) e Yuvi Valeis (d) enfrentam a crise desde que assumiram Coxim e Sonora, respectivamente (Foto: PC de Souza/Arquivo)
Os prefeitos estão preocupados com a constante queda nos repasses aos municípios, principalmente no norte de Mato Grosso do Sul, região que sobrevive, praticamente, dos repasses constitucionais, como o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Segundo dados da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), a previsão é que o repasse do FPM seja 24,9% menor no mês de junho em comparação a maio. Para o prefeito de Rio Verde, Mário Kruger (PT), o maior problema está na queda constante dos repasses constitucionais, desde que os atuais prefeitos assumiram os municípios. A declaração de petista foi confirmada pela Assomasul, pois os repasses vem caindo todos os meses, fazendo com que os municípios atravessem a maior crise da história. Ao contrário do que acontecia em outras administrações, quando os prefeitos se preparavam para os meses de “vacas magras”, geralmente entre maio e agosto. Desde o ano passado, todos os meses tem sido de “vacas magras”, na média. De acordo com o prefeito de Coxim, Aluizio São José (PSB), desde que ele assumiu a prefeitura tem sido orientado para conter as despesas, pois a queda nos repasses é constante, sem reposição. No ano passado a crise financeira atingiu até a previdência do município, que perdeu mais de R$ 2 milhões, comprometendo a receita de Coxim. Para tentar driblar a crise, o prefeito disse que tem revisto algumas questões para diminuir gastos no geral, tanto no custeio da máquina quanto com folha de pagamento. “Não tem mistério, é matemática, diminui a arrecadação tem que reduzir os gastos”, comentou Aluizio. Em Pedro Gomes o prefeito Vanderley Mota (PT) tomou medidas drásticas. “Fechei a secretaria de Obras, não temos condições de prestar serviços, infelizmente essa é a realidade de Pedro Gomes”, lamentou o prefeito. Além de fechar a secretaria, Vanderley deu férias para os 20 funcionários, demitiu 18 contratados e está revendo algumas gratificações, assim como está rescindindo alguns contratos de prestação de serviços, totalizando oito até o momento. Ao contrário do que muitos pensam em Sonora a situação não é diferente. O município também entrou em alerta, conforme o prefeito Yuri Valeis (PR). “A queda nos repasses ainda não compromete os serviços prestados à população, mas a previsão negativa é preocupante para os próximos meses, pois deve continuar caindo”, adiantou Yuri. Ele conta que algumas medidas já foram tomadas, como redução no horário de funcionamento de alguns setores para diminuir o custeio da máquina. A gerência de Obras também diminui a estrutura disponibilizada na zona rural, até porque nesses 18 meses a prefeitura recuperou todas as estradas, necessitando apenas de manutenção. O prefeito comentou que Sonora e São Gabriel do Oeste são vistas como as “irmãs ricas” da região norte, mas a crise não escolhe os municípios e quando vem atinge a todos. “Se a arrecadação caiu em Coxim, também diminui em Sonora, não tem como evitar, pois está em queda livre, nos deixando em situação cada vez pior, como define a Assomasul”, ponderou Yuri. A única alternativa para os prefeitos tem sido manobras administrativas para evitar a inviabilização dos municípios. “Também estamos na expectativa dos deputados e senadores votarem a matéria que prevê aumento de 2% na fatia de arrecadação de impostos destinados ao FPM para tentar diminuir o esse rombo que vem se acumulando”, finalizou o prefeito de Sonora.
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