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ImprimirO índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,10% em março para 0,21% em abril, conforme divulgado nesta sexta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi puxada pelos reajustes nos preços dos planos de saúde e medicamentos.
Segundo o IBGE, a alta na passagem de março para abril foi influenciada pelo grupo que inclui itens de saúde e de cuidados pessoais. Ele teve a maior variação entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, de 0,69%, e foi que mais impactou no resultado geral. Os reajustes nos preços dos planos de saúde (1,06%) e dos remédios (0,63%) exerceram as principais pressões para o aumento dos preços deste grupo.
Apesar da alta, o IBGE destacou que a taxa de 0,21% foi a mesma registrada em abril do ano passado e a menor para o mês desde 2006, quando ficou em 0,17%. Além disso, ressaltou que a variação acumulada no ano ficou em 1,08% em abril, o que representa o menor nível para os quatro primeiros meses do ano desde a implantação do Plano Real, em 1994.
O acumulado dos últimos doze meses permaneceu em 2,80%, igual ao dos 12 meses imediatamente anteriores. A previsão do mercado para a inflação em 2018 passou de 3,53% para 3,48% na semana passada. Foi a décima primeira queda seguida no indicador.
O percentual esperado pelos analistas continua abaixo da meta central que o Banco Central precisa perseguir para a inflação neste ano, que é de 4,5%. Entretanto, está dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema, que considera que a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.
Dos nove grupos pesquisados, somente Comunicação apresentou queda de preços de março para abril.
Veja as variações dos grupos pesquisados:
-Comunicação: -0,15%
-Alimentação e Bebidas: 0,15%
-Habitação: 0,26%
-Artigos de Residência: 0,13%
-Vestuário: 0,43%
-Transportes: 0,12%
-Saúde e Cuidados Pessoais: 0,69%
-Despesas Pessoais: 0,06%
-Educação: 0,02%
Segundo o IBGE, a queda de 0,15% do grupo Comunicação foi influenciada, principalmente, pelo queda de 0,45% em telefonia fixa, em função da redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel em vigor desde 25 de fevereiro.
Frutas puxam alta dos alimentos
O grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 0,15% depois de ter apresentado queda de 0,07% em março. A alta, segundo o IBGE, foi influenciada pelos preços das frutas, que ficaram, em média, 6,07% mais caras. Também tiveram alta os preços de produtos como o leite longa vida (4,92%). E a alimentação fora de casa ficou 0,73%.
Dos alimentos que registraram queda em abril o IBGE destacou as carnes (-1,03%), o tomate (-6,85%) e o frango inteiro (-3,23%).
Índices regionais
Na análise regional, apenas a região metropolitana de Pernambuco e o município de Goiânia apresentaram deflação na passagem de março para abril - respectivamente de -0,07% e -0,10%. Todas as demais registraram alta, que variaram de 0,09%, na Região Metropolitana de Salvador, a 0,43%, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Variação do IPCA-15 em cada região pesquisada
-Rio de Janeiro 0,43%
-São Paulo 0,28%
-Brasília 0,27%
-Belo Horizonte 0,22%
-Porto Alegre 0,20%
-Fortaleza 0,18%
-Belém 0,15%
-Curitiba 0,14%
-Salvador 0,09%
-Recife -0,07
-Goiânia -0,10%
Segundo o IBGE, a queda em Goiânia foi puxada pelo preço do tomate, que caiu 15,25%, e da energia elétrica, cuja tarifa teve redução de 1,19%.
No Rio, ao contrário, foi a energia elétrica a responsável pela aceleração do índice. A conta de luz ficou 10,20% mais cara em razão dos reajustes de 9,09% e 21,46% nas tarifas das concessionárias em vigor desde 15 de março. O item plano de saúde também teve alta significativa na região, de 1,07%.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de março a 13 de abril de 2018 e comparados com aqueles vigentes de 16 de fevereiro a 15 de março de 2018 . O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.