G1/AB
ImprimirA produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 22,9% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou a associação das montadoras, a Anfavea, nesta quinta-feira (5).
De acordo com a entidade, foram produzidas 169.813 unidades no mês passado, contra 220.272 em abril de 2015. Com relação a março deste ano, o ritmo também desacelerou, com queda de 13,6%.
No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a produção do setor automotivo encolheu 25,8%, ante o mesmo período do ano passado, na esteira de uma queda de 27,9% nas vendas, no mesmo tipo de comparação.
"A queda em relação no ano anterior vem se reduzindo mês a mês. É uma queda bastante expressiva ainda, e pelo terceiro ano consecutivo. Mas nos emplacamento diários vemos uma estabilização", afirmou Antonio Megale, que assumiu a presidência da Anfavea no mês passado.
"A gente está utilizando uma capacidade baixa da indústria, com mais ou menos 52%, em alguns setores a ociosidade fica entre 70% e 80%, como em caminhões e ônibus", apontou o presidente da Afanvea.
Caminhões e ônibus
A indústria de veículos pesados é a que mais sofre no momento. Os emplacamentos de ônibus não chegaram a 1 mil unidades em abril, o que significa queda de 41,6% em um ano. Já as fabricantes de caminhões amargam declínio de 32% no mês. Segundo a Anfavea, os números recuaram patamares do final da década de 1990.
Exportações
Enquanto o mercado interno continua em declínio, as vendas de veículos montados para outros países cresceram 26,3%. Foram 37.851 unidades exportadas em abril, contra 29.960 no mesmo período de 2015. De janeiro a abril deste ano, o volume de exportações de carros, caminhões e ônibus aumentou 24,3%.
No entanto, o valor das exportações foi 7,6% menor que o registrado no mesmo período de 2015. "Estamos exportando veículos de menor valor agregado e deixando de exportar máquinas e caminhões", explicou Megale.
Empregos
O balanço de demissões e contratações ficou estável em abril. O setor continua empregando diretamente o mesmo número de março, que foi de 128 mil trabalhadores. No entanto, o número representa 8% menos funcionários do que em abril de 2015.
Além disso, cerca de 30% dos empregados está com algum tipo de flexibilização na carga horária. Segundo Megale, 6 mil estão em lay-off e outros 29.600 mil dentro do Programa de Proteção ao Emprego (PPE).
Novos cortes não estão descartados nos próximos meses, já que o nível de vendas continua caindo. "Ainda não é suficiente para dizer que há uma estabilização (no nível de emprego)", afirmou Megale.