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ImprimirA produção da indústria brasileira avançou 2% em janeiro na comparação com o mês anterior, após registrar perdas de 1,1% em novembro e de 3,2% em dezembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a maior alta registrada desde junho de 2013, quando ficou em 3,5%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, houve recuo de 3,5%, mantendo a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2%) e assinala o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010, quando foi de -4,8%. Já em relação a janeiro de 2014, a queda é de 5,2%.
Influências positivas e negativas
A expansão em relação a dezembro foi influenciada por duas das quatro grandes categorias econômicas e 13 dos 24 ramos pesquisados. O principal impacto positivo veio dos produtos alimentícios, que avançou 3,9%, eliminando parte da perda de 4,5% acumulada nos meses de novembro e dezembro. Outras contribuições positivas vieram das atividades de máquinas e equipamentos (7,6%), metalurgia (5,4%), indústrias extrativas (2,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9%). Já o pior desempenho veio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-4,8%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,8%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital assinalou a expansão mais acentuada em janeiro de 2015, ao avançar 9,1%, influenciada principalmente pela maior produção de caminhões, maior crescimento desde julho de 2014 (14,7%). O segmento de bens intermediários (0,7%) também mostrou taxa positiva após sequência de quedas desde setembro de 2014. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-1,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) registraram os resultados negativos em janeiro pelo quarto mês consecutivo, com redução de 8,2% e de 4,3%, respectivamente.
Comparação com 2014
Na comparação com janeiro de 2014, a queda de 5,2% alcançou as quatro grandes categorias econômicas, 20 dos 26 ramos, 60 dos 79 grupos e 65,6% dos 805 produtos pesquisados. De acordo com o IBGE, janeiro de 2015 teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior.
A atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias exerceu a maior influência negativa (-18,2%), pressionada pela redução na produção de aproximadamente 81% dos produtos investigados, especialmente automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, carrocerias para caminhões, reboques e semirreboques e autopeças. Outras contribuições negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,2%) e máquinas e equipamentos (-10,9%).
Entre as seis atividades que aumentaram a produção, o principal impacto veio das indústrias extrativas (10,4%), impulsionado pelos avanços em minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (-16,4%) e bens de consumo duráveis (-13,9%) tiveram as reduções mais acentuadas. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis e de bens intermediários também tiveram queda em relação ao mesmo mês de 2014, de 5,3% e 2,4%, respectivamente.
No caso dos bens de capital, a queda é o 11º resultado negativo consecutivo e o mais intenso desde junho de 2014 (-21,5%), com destaque para a redução de 21,4% de bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias e reboques e semirreboques.
Em relação a bens de consumo duráveis, também é a 11ª taxa negativa consecutiva no índice mensal e queda mais elevada desde agosto de 2014 (-16,1%), pressionada pela menor fabricação de automóveis (-15,9%) e de eletrodomésticos da linha marrom (-30,4%), ambos influenciados por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas.
A queda na produção de bens de consumo semi e não-duráveis foi o quarto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior e o mais intenso desde abril de 2009 (-6,2%), explicado pelos recuos nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,1%), de semiduráveis (-8,6%) e de não-duráveis (-5,5%).
Em relação à produção de bens intermediários, trata-se da 11ª taxa negativa consecutiva e maior queda que a observada em dezembro de 2014 (-1,7%), explicada pelos recuos nos produtos associados às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,4%), de produtos de metal (-14%), de outros produtos químicos (-7,4%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11%).