Agência Brasil/LD
ImprimirO rendimento médio por hora de uma mulher no Brasil equivale a 74% do rendimento médio de um homem. Essa diferença aumenta conforme são adicionados mais anos de estudo ao currículo. Os dados foram divulgados hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais.
Para a população ocupada que possui 12 anos ou mais de estudo, o rendimento-hora médio das mulheres equivale a 66% do verificado para os homens. Em 2004, essa diferença era maior, com mulheres ganhando, em média, 61% da remuneração masculina.
Entre a população menos escolarizada, com até quatro anos de educação formal, essa proporção sobe para 78%. Os dados mostram, no entanto, que esse grupo de mulheres menos escolarizadas, perdeu renda frente aos homens. Em 2004, seu rendimento-médio por hora equivalia a 79% da renda masculina.
A pesquisa mostra que, ao longo de dez anos, a renda das mulheres avançou apenas quatro pontos percentuais em relação a dos homens, de 70% para 74%.
Jornada desigual
No período analisado, tanto homens quanto mulheres tiveram uma redução em sua jornada total de trabalho, que inclui tanto o tempo gasto no emprego formal quanto o dedicado aos afazeres domésticos.
Em média, um homem brasileiro trabalha 41,6 horas semanais em seu trabalho principal e mais 10 horas no trabalho doméstico, o que gera uma jornada total de 51,3 horas – menor que as 53,1 horas registradas em 2004. A redução na jornada dos homens se concentrou no trabalho formal, que passou de 44 horas semanais, em 2004, para as atuais 41,6 horas. O tempo gasto nos afazeres domésticos se manteve igual em dez anos.
Já para as mulheres, o tempo gasto nas tarefas domésticas caiu de 22,3 horas semanais para 21,2 horas, de 2004 para 2014. Essa queda explica a redução da jornada total, que passou de 57,2 horas para 56,3 horas semanais. O tempo investido no trabalho formal se manteve de 2004 para 2014: 35,5 horas.
Segundo a pesquisa, 90,7% das mulheres que trabalhavam em 2014 também realizavam tarefas domésticas, percentual muito próximo dos 91,3% registrados em 2004. Ao longo desses 10 anos, a variação da mesma estatística para homens foi de 46% para 51%.
Em relação à formalização, houve melhora para as mulheres: de 2004 a 2014, cresceu 60% o número de mulheres ocupadas em trabalhos formais, enquanto para os homens essa alta foi 43,6%.
Os dados do IBGE mostram ainda que as mulheres jovens são o grupo que tem maior dificuldade de se inserir no mercado de trabalho: uma em cada cinco jovens que tem entre 16 e 24 anos de idade está desocupada – grupo que inclui pessoas que procuraram emprego na semana da pesquisa e não encontraram.