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ImprimirA Volkswagen anunciou nesta sexta-feira uma reestruturação de suas operações que inclui até 30.000 demissões ao longo de cinco anos. A medida é parte de um esforço para impulsionar os lucros da montadora, afetados após o escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes. Perto das 8h20 (de Brasília), a ação da empresa subia 0,64% na Bolsa de Frankfurt.
A marca VW, o maior negócio da montadora alemã em vendas, luta há anos para se manter lucrativa. Desde que admitiu no ano passado ter fraudado quase 11 milhões de carros a diesel para trapacear em testes de emissões, a companhia teve de pagar mais de 18 bilhões de euros (cerca de 65 bilhões de reais) em compensações para consumidores e custos processuais.
A Volkswagen vai perseguir a meta de, até 2020, melhorar o lucro com sua marca principal em 3,7 bilhões de euros ao ano. Isso significaria um aumento para 4% do lucro antes de impostos com as vendas. No trimestre mais recente, o número foi inferior a 2%.
Das 30.000 demissões previstas, 23.000 devem ocorrer na Alemanha. Com os cortes e outras medidas de eficiência, a Volks tentará melhorar a produtividade de suas fábricas alemãs em 25% nos próximos anos.
O executivo-chefe da Volkswagen, Matthias Müller, busca aproveitar o contexto de crise para realizar medidas para reestruturar a empresa. O comando da companhia dialoga há oito meses com os trabalhadores sobre a reestruturação. Além disso, Müller direciona gastos para novas tecnologias. No futuro, as montadoras precisarão de menos funcionários e com habilidades diferentes para atuar no negócio e fabricar carros elétricos.
Sindicato protesta
O sindicato dos trabalhadores da empresa ameaçava bloquear decisões de investimento na reunião desta sexta-feira a menos que o comando oferecesse garantias para os 282.100 funcionários da Volks na Alemanha. O número representa quase metade de sua força de trabalho no mundo.
O acordo para cortar postos ocorre após oito meses de duras negociações com os sindicalistas, que acabaram por aceitar os cortes, que devem ser alcançados pela saída natural dos trabalhadores com o tempo e com aposentadorias antecipadas em troca de compromissos de construção de veículos elétricos e baterias na Alemanha.
A Volkswagen concordou em construir carros elétricos em Wolfsburg, sua fábrica principal, e em Zwickau, no leste alemão. A VW construirá motores elétricos em Kassel e começará a produzir baterias de celulares em sua fábrica de Salzgitter.