Da assessoria/LD
ImprimirAs aulas de português para haitianos promovidas pelo projeto de extensão “Ações de facilitação da inserção social de haitianos em Dourados”, em parceria com o Centro de Formação da UFGD, recomeçaram em 1º de agosto e estão acontecendo em quatro locais: quarta e quinta-feira, na Escola Floriana Lopes; quinta-feira e domingo, na Casa Irmã Dulce; aos sábados na Escola Tancredo Neves e na II Igreja Batista.
As aulas são gratuitas e os haitianos podem frequentar o horário e local de sua escolha, atentando ao seu nível de conhecimento prévio da língua portuguesa. As aulas são divididas por níveis: A1, A2 e B1. Não é preciso fazer inscrição.
A coordenadora do projeto, professora Carolina de Campos Borges, da Faculdade de Ciências Humanas da UFGD, explica que as aulas são muito mais do que um lugar para se aprender a língua local. “Nossa aula funciona também como espaço de acolhimento. Lá os haitianos têm a oportunidade de falar sobre suas dificuldades, compartilhar experiências e se fortalecer enquanto grupo. A experiência da migração é difícil, sobretudo quando se trata de uma migração forçada, como é o caso dos haitianos, ou dos venezuelanos, que estão chegando agora ao Brasil. Migrar é mais do que se deslocar, pois o que se vivencia é uma ruptura de sentidos. Por isso, a sociedade precisa se organizar para desenvolver ações que auxiliem esta população, visando não somente suprir suas necessidades materiais, mas também diminuir o sofrimento que pode advir dessa experiência”, disse a professora do curso de Psicologia da UFGD.
Integrando os imigrantes
Brasil e Haiti começaram a estreitar laços em 2004, quando o governo brasileiro participou de uma missão de paz no Haiti, a partir da Organização das Nações Unidas (ONU). Depois do terremoto que devastou o país em 2010, cada vez mais haitianos buscam o Brasil como pátria para viver. Para quem vem de outro país, aprender português é uma necessidade urgente para poder andar pela cidade, ser melhor atendido nos serviços de Saúde e no comércio e - princcipalmente - para encontrar trabalho, que é uma das principais razões da saída do Haiti.
Em Dourados, as aulas de Português para haitianos são realizadas desde 2017 e a mobilização para que elas acontecessem começou com Luis Dalai, que conseguiu uma sala no Estádio Douradão, por meio de uma parceria com a Prefeitura. A partir daí, Luis começou a procurar pessoas que soubessem falar Francês para poder ensinar Português. Em 2018, as aulas aconteceram na escola estadual Professora Floriana Lopes e este ano foi ampliado ainda mais. Quem quiser participar do projeto como voluntário, pode entrar em contato enviando e-mail para: carolinaborges@ufgd.edu.br .