CGN/LD
ImprimirA CGE (Controladoria Geral do Estado) baixou uma resolução com orientações sobre critérios de transparência para uso de recursos de emendas parlamentares do orçamento da União por instituições de ensino superior e suas fundações de apoio no âmbito estadual, no caso a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). O ministro Flávio Dino determinou aos estados que demonstrassem a adoção de políticas de transparência na aplicação dos recursos destinados pelas chamadas emendas de relator, em resposta em uma ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental, proposta pelo PSOL.
O prazo vence no dia 20 deste mês. O procurador do Estado em Brasília, Ulisses Schwarz Viana, informou ao STF que a determinação foi informada à Controladoria e à UEMS. A universidade produziu um documento, apresentado nos autos da ADPF com um relatório de todas as emendas parlamentares recebidas e a condição de cada uma, se cumpridas, em execução ou não realizadas. Constam os valores das emendas, autores e destinação. São recursos do orçamento federal para veículos, computadores, custeio, algumas para obras, como os restaurantes universitários de Aquidauana, Paranaíba e Maracaju.
A UEMS apontou que “vem sendo contemplada com emendas parlamentares desde 2012. Até o momento, foram formalizados 16 convênios provenientes de emendas individuais e 8 convênios com recursos oriundos de emendas de bancada. Além disso, nos anos de 2022, 2023 e 2024, a universidade recebeu recursos de emendas especiais, totalizando 5 emendas nessa modalidade.”
Na resolução publicada hoje, o controlador-geral, Carlos Eduardo Girão de Arruda, lembra que a ordem do STF é para que as emendas sejam conduzidas com transparência e rastreabilidade e que legislação estadual também determina publicação do uso de recursos no site das instituições. Assim, ele pontua que a chamada “transparência ativa” deve conter dados oficiais da entidade e seus dirigentes; informações do projeto ou pesquisa financiada e a fundação ou entidade conveniada que está envolvida; detalhamento dos gastos, desde a seleção de contratados, notas fiscais, documentação e prestação de contas; e uma terceira parte sobre o detalhamento das emendas parlamentares federais- sobre parcerias, entidades e manter os dados para acesso público por no mínimo cinco anos.
No site da UEMS, o canal de transparência remete à página geral do Governo do Estado onde se faz a busca sobre licitações, contratos, despesas com pessoal. A instituição tem unidades em 15 cidades e polos em outros 13.
No começo do ano, o ministro Dino chegou a suspender os repasses para 13 entidades que recebiam valores do orçamento. Aos poucos, algumas foram prestando esclarecimentos ao STF e tendo o acesso a recursos da União restabelecidos. Além de todos os estados, a União também foi cobrada pelo STF, em relação às universidades federais e aos institutos federais de ensino.