Da assessoria/LD
ImprimirO Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) deu início nesta quinta-feira, 27, ao 1º Seminário da Educação Profissional e Tecnológica do Campo, que irá pensar a formação e qualificação profissional a partir das particularidades dos povos do campo.
O evento, organizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é realizado no auditório da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados. Cerca de 70 participantes de instituições de ensino, de pesquisa rural e movimentos sociais participam das palestras e grupos de trabalho que integram o encontro.
“Esse momento permite que instituições que trabalham na formação profissional no campo dialoguem para que cada vez mais a relação de ensino e aprendizagem contemple as demandas de nossos arranjos produtivos e sociais”, analisou o pró-reitor de Extensão do IFMS, Moacir Augusto de Souza.
De acordo com o pró-reitor, os Institutos que integram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, da qual o IFMS faz parte, podem contribuir para a fixação de famílias no campo ao oferecer conhecimento para agregar valor à produção e oportunidades de emprego e renda.
“Umas das características da Rede Federal é a capilaridade, é levar formação e qualificação a municípios e localidades distantes dos grandes centros e cidades. Os IFs tem a missão de atender às necessidades das regiões em que se situam”, apontou.
O Seminário conta com o apoio da Secretaria de Estado de Educação, Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Ministério da Pesca e Agricultura.
Desafios - Para a representante do MDA no Seminário, Maria Aparecida Bouzada, é necessário que as instituições repensem a metodologia utilizada na oferta educacional no campo para terem êxito na manutenção de jovens na agricultura familiar.
“O trabalho entre o MDA e o Ministério da Educação deve ser orientado para melhorar o currículo dos cursos de qualificação profissional e a formação de professores para a educação do campo. É preciso reconhecer que o conhecimento que agricultor familiar detém e trabalhar a partir dele”, disse.
Maria Aparecida acredita que um dos maiores desafios da educação profissional no campo é o de contextualizar a agricultura familiar e trabalhar com uma nova realidade rural.
“O Brasil é mais rural do que pensamos. Há uma nova ruralidade. São 4.957 municípios com até 50 mil habitantes no país, cuja economia está vinculada à atividade rural. São 4,3 milhões de unidades familiares de produção no país”, afirmou.
Programação – A primeira atividade do evento, realizada na manhã desta quinta-feira, foi uma palestra que abordou a pedagogia da alternância, metodologia que busca integrar a realidade e o conhecimento prático do homem do campo ao conhecimento sistematizado da academia.
“A mescla de vivências e experiências, a busca por tempos e espaços distintos e a valorização de diferentes conhecimentos teóricos e práticos são características da pedagogia da alternância fundamentais para trabalhar a educação do campo”, explicou a palestrante Luciene da Silva, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em Ponta Porã.
A programação segue na parte da tarde, com seis grupos de trabalhos (GTs) que serão responsáveis por elaborar propostas de novas metodologias e estratégias para o aprimoramento da oferta de cursos técnicos e tecnológicos.
Os temas de debate dos grupos são a divisão social e territorial do trabalho; cultura e identidade; interdependência campo-cidade; organização política, movimentos sociais e cidadania; alternativas metodológicas para organização dos saberes escolares; e alternativas metodológicas para a organização do tempo e do espaço escolar.
As sugestões serão apresentadas no encerramento do Seminário, na manhã desta sexta-feira, 28. Elas serão reunidas em um documento de referência, que será enviado para o Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica do Campo, ainda sem data prevista para realização.
Educação no campo – Segundo definição do Ministério da Educação (MEC), é a educação pensada a partir das particularidades dos povos do campo.
O IFMS oferta diversos cursos relacionados à temática. No Campus Nova Andradina, são oferecidos os cursos técnicos de Agropecuária e Zootecnia, e os cursos superiores de Agronomia e Tecnologia em Produção de Grãos.
No município de Ponta Porã, a oferta é de cursos técnicos de Agricultura e Fruticultura e os superiores em Agronomia e Tecnologia em Agronegócio.
Já o Campus Coxim iniciou neste ano o curso técnico subsequente em Aquicultura.