Educação
05/02/2013 09:16:02
Mais da metade dos alunos do 9° ano querem trabalhar e estudar
Antes disso, ainda no 5° ano - se abaixo dos 14 anos, proibidos por lei - 14% dos alunos de escolas públicas já trabalham foram de casa.
Midiamax/LD
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\n \n Começar a ganhar o próprio dinheiro, seja para ajudar a família\n seja para pagar os próprios gastos, é o desejo de mais da metade (55%) dos\n estudantes brasileiros que cursam o 9° ano do ensino fundamental. Eles não\n querem sair da escola, pretendem conciliar as horas de estudo com as jornadas\n nas empresas. Antes disso, ainda no 5° ano - se abaixo dos 14 anos, proibidos\n por lei - 14% dos alunos de escolas públicas já trabalham foram de casa.\n \n Os dados foram levantados pelo QEdu: Aprendizado em Foco, uma\n parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann., organização sem fins lucrativos\n voltada para a educação. A pesquisa foi feita com base nos questionários\n socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicada pelo Instituto Nacional de\n Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgada em agosto do\n ano passado.\n \n Dos 1.992.296 de alunos do 9° ano que responderam à pesquisa,\n 1.075.628 (55%) pretendem estudar e trabalhar, 614.838 (31%) querem continuar\n apenas estudando e 33.487 (2%) querem largar os estudos e se dedicar apenas ao\n trabalho. No 5° ano, de 2.280.315 alunos, 294.011 (14%) trabalham. A\n Constituição Federal proíbe qualquer trabalho para menores de 16 anos, salvo na\n condição de aprendiz a partir dos 14 anos.\n \n Podemos inferir pelos dados que aqueles que ainda estão no 5° ano\n vivem em situação mais delicada de pobreza e trabalham muitas vezes ajudando as\n famílias. Já os alunos do 9° ano estão entrando no mercado e alguns abandando\n as escolas, diz o responsável pelo estudo, o coordenador de Projetos da\n Fundação Lemann, Ernesto Martins.\n \n O levantamento mostra que, entre os alunos do 5º ano, as maiores\n porcentagens dos que trabalham estão na Região Nordeste: Alagoas (22,1%),\n Pernambuco (21,8%) e Bahia (20,6%). A região tem renda per capita média de R$\n 396 mensais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística\n (IBGE). As demais regiões do país têm renda per capita mensal acima de R$ 700 e\n na Região Norte o valor é R$ 440.\n \n Quando se trata de alunos do 9° ano, o perfil muda. O número maior\n de estudantes que pretendem estudar e trabalhar está em regiões mais ricas:\n Distrito Federal (65,7%), seguido por Santa Catarina (65,1%) e Espírito Santo\n (62,5%). Os estados com maior porcentagem de alunos que pretendem apenas\n estudar estão no Norte e Nordeste: Maranhão (41,2%), Acre (41%) e Amapá\n (40,8%). As maiores porcentagens de estudantes que querem apenas trabalhar\n estão em São Paulo (2,5%), Pernambuco (2,2%) e no Ceará (2%).\n \n De acordo com a secretária executiva do Fórum Nacional de\n Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa de Oliveira, o trabalho a\n partir do 9° ano pode ser positivo se for como aprendiz. O programa vai exigir\n do adolescente a continuidade dos estudos, além de cobrar um bom desempenho\n escolar. Em outras condições, trata-se de uma inserção no mercado de trabalho\n que pode motivar o abandono e a negligência com a escola."\n \n Os dados do Ministério do Trabalho mostram, no entanto, que em\n 2012 foram admitidos apenas 286.827 novos participantes no Programa Jovem\n Aprendiz uma parceria do governo com empresas particulares para inserção dos\n jovens no mercado de trabalho. O número corresponde a 14,4% dos estudantes que\n desejavam trabalhar e estudar. Segundo o ministério, há capacidade para maior\n absorção. Caso todas as empresas de médio e grande portes destinassem um mínimo\n de 5% das vagas para os adolescentes, como determina a legislação (Lei\n 10.097/00 e Decreto 5598/05), haveria pelo menos 1.236.051 novas admissões por\n ano.\n \n Analisando os números, a diretora executiva do Todos pela Educação\n tem outra preocupação: "Os dados não mostram aqueles que estão fora das\n escolas e do mercado de trabalho. Os jovens em idade escolar que não estudam\n nem trabalham têm aumentado em número no Brasil". O Instituto de Pesquisa\n Econômica Aplicada (Ipea) constatou que, de 2000 a 2010, o número dos chamados\n nem nem, jovens de 15 a 29 anos que nem estudam nem trabalham aumentou em 708\n mil. "Precisamos olhar também para eles", diz. \n \n \n \n \n
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