O Globo/LD
ImprimirO Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio brasileiro está cada vez mais longe dos seus objetivos. Nenhum estado atingiu a meta que tinha para 2017 no ensino médio e cinco ainda registraram queda na nota. Se em 2013 a distância entre a qualidade esperada e a obtida era de 0,2 ponto, agora esse abismo mais que quadruplicou: 0,9 ponto separa o Ideb proposto para 2017 (de 4,7) do resultado alcançado pelo Brasil, de 3,8. O índice é ligeiramente maior que a nota de 3,7 da edição anterior da avaliação, em 2015.
Os dados do Ideb, principal indicador de qualidade da educação básica no Brasil representado numa escala de 0 a 10, foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC). O Rio de Janeiro está entre os estados que tiveram diminuição no Ideb, ao lado de Amazonas, Roraima, Amapá e Bahia.
O índice é calculado a cada dois anos para os anos inciais e finais do ensino fundamental e o ensino médio. Para compor o Ideb, O MEC leva em consideração as notas dos estudantes na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e os índices de fluxo, compilados pelo Censo Escolar.
A situação, porém, também é grave nos anos finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano), em que o Brasil teve aumento do Ideb, de 4,5 para 4,7, mas sem atingir a meta de 5. No recorte estadual, 20 unidades da Federação estão na mesma situação, abaixo do patamar projetado, e Minas Gerais registrou queda no indicador. Pará, Rio Grande do Norte e São Paulo estagnaram, com notas idênticas às obtidas na última avaliação.
A única etapa em que o Brasil está com menção acima da meta é o ensino fundamental nos anos iniciais (5º ao 9º ano). O Ideb dessa fase escolar atingiu a nota prevista para 2017 de 5,5 pontos ainda em 2015, tendo saltado para 5,8 na avaliação do ano passado. Mas três estados estão em sinal de alerta porque, ao contrário do indicador médio do país, não conseguiram alcançar a meta: Rio de Janeiro, Amapá e Rio Grande do Sul.
PRIVADAS NÃO ATINGEM META EM NENHUMA ETAPA ESCOLAR
Embora à frente da rede pública nas notas do Ideb, a rede particular de ensino no Brasil não atingiu as metas estipuladas para ela em nenhuma das etapas avaliadas. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a distância foi pequena entre a nota obtida (7,1) e a proposta (7,2). Nos anos finais, a menção foi de 6,4, ante a projetada de 7. O ensino médio revela uma distância maior: Ideb de 5,8 para uma meta de 6,7.
A rede particular de nenhum estado conseguiu atingir a meta no ensino médio. Roraima chegou a registrar queda no Ideb, de 5,6 para 5,4 entre 2015 e 2017, com meta para este ano de 6. Nos anos finais do ensino fundamental, 23 estados ficaram aquém do patamar estipulado, e o indicador caiu em Goiás, de 6,3 para 6,2. Nos anos iniciais, o conjunto de escolas privadas de onze estados também ficaram abaixo da meta.
O Ideb é um indicador de qualidade dos ensinos fundamental e médio, que agrega conhecimentos demonstrados pelos estudantes em português e matemática no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e as taxas de aprovação ao longo do período escolar. Pela primeira vez, a avaliação do ensino médio público foi censitário, e não por amostra. A rede privada participou por adesão.
Em 2017, 41.515 escolas nos anos iniciais do ensino fundamental, 25.530 nos anos finais e 9.597 do ensino médio tiveram o Ideb calculado. Outras 5.241 dos anos iniciais, 10.147 dos anos finais e 10.028 de ensino médio não tiveram o indicador medido. Elas ficaram de fora porque não registraram o mínimo de 80% dos matriculados na prova do Saeb. Os dados dos estabelecimentos, segundo o Inep, referem-se à rede pública, com exceção do ensino médio, em que entram colégios privados na conta.