O Globo/LD
ImprimirCinquenta e dois candidatos trans e travestis concorrem a um cargo no Legislativo nas eleições deste ano. O número é dez vezes maior do que em 2014, segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), organização que reúne 127 instituições que promovem ações afirmativas em todo o Brasil.
O aumento vem na esteira de duas decisões do Judiciário — uma do Supremo Tribunal Federal (STF), outra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — que possibilitou a alteração para o nome social e identificação de gênero de eleitores e candidatos transexuais e travestis.
Primeira mulher trans no vôlei profissional, Tifanny Pereira de Abreu, de 34 anos, jogadora do Sesi Bauru, é candidata à Câmara pelo MDB de São Paulo. No esporte, a atleta disputou em times masculinos antes de terminar a transição de gênero. Depois de decisões de entidades superiores da modalidade, passou a jogar em equipes femininas. Na urna, não terá problemas por causa da resolução do TSE.
Nestas eleições, o Brasil tem, pela primeira vez, uma candidata travesti ao Senado.
É Duda Salabert, 36, que concorre em Minas Gerais pelo PSOL. É professora e preside uma ONG que oferece apoio a travestis e transexuais em Belo Horizonte.
— A expectativa de vida de uma travesti não chega a 35 anos no Brasil. Existe preconceito na sociedade, dentro do meio LGBT e dentros dos partidos de esquerda e de direita. Os partidos são espelhos da sociedade — afirma Duda.