A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o candidato do PSL à Presidência, deputado federal Jair Bolsonaro, preste esclarecimentos sobre declarações contra petistas.

Dodge opinou dentro de representação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro apresentada pela coligação "O Povo Feliz de Novo", da qual o PT faz parte.

O PT pediu que Bolsonaro respondesse por injúria eleitoral, incitação ao crime e ameaça porque, durante comício no Acre, ele segurou um tripé como se fosse uma arma e disse: "vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre!".

“Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem nem mortadela galera, vão ter que comer é capim mesmo”, disse o candidato em vídeo apresentado.

O relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, pediu parecer para a PGR.

No parecer, Dodge diz que não há razão para ele responder por injúria eleitoral porque o crime é específico sobre ofender alguém na propaganda. Para ela, a palavra "petralhada" não personifica ninguém.

Sobre as suspeitas de incitação ao crime e ameaça, ela afirmou que é preciso avaliar melhor após esclarecimentos do deputado. "Em relação aos demais crimes noticiados na representação, para compreender o contexto e a extensão das declarações, solicito abertura de prazo para que o parlamentar representado esclareça os fatos."

Dodge pede que ele se manifeste, caso queira, e apresente documentos para esclarecer o episódio.