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ImprimirO julgamento do registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou na pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta sexta-feira (31).
Segundo a assessoria do tribunal, será julgado o pedido de candidatura em si – que definirá se Lula permanece ou não na disputa –, em conjunto com as diversas contestações ao registro. O relator do caso é ministro Luis Roberto Barroso.
A decisão de incluir o caso na pauta foi tomada pelo tribunal no início da tarde desta sexta. Até então não havia previsão de quando o caso seria julgado.
Preso desde abril, Lula teve a candidatura registrada em 15 de agosto. Mas, desde então, o TSE recebeu mais de uma dezena de questionamentos com base na Lei da Ficha Limpa, segundo a qual uma pessoa se torna inelegível após ser condenada por órgão colegiado da Justiça.
Ao todo, foram apresentadas oito impugnações (contestações) da candidatura (por Ministério Público, partidos, coligações e candidatos) e oito notícias de inelegibilidade (por cidadãos).
Inicialmente, a expectativa que é o tribunal analisasse somente pedidos liminares (provisórios) para proibir Lula de aparecer na propaganda de rádio e TV como candidato, bem como utilizasse recursos públicos do Fundo Eleitoral em campanha.
Na madrugada desta sexta (31), o Ministério Público pediu a rejeição antecipada da candidatura, sem necessidade de aguardar os prazos ainda possíveis para a conclusão do processo de registro.
O MP argumentou que, como as campanhas deste ano são integralmente abastecidas com dinheiro público, e como o TSE é a única instância para analisar os registros dos candidatos à Presidência, a decisão poderia ser tomada de forma mais rápida.
O que diz a defesa de Lula
A defesa de Lula diz que o julgamento do pedido de candidatura deveria aguardar mais tempo, para apresentação das alegações finais pelas partes, o que poderia ocorrer na semana que vem.
Na noite desta quinta, os advogados do petista protocolaram no TSE a defesa da candidatura, baseada especialmente em recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas que recomenda a participação de Lula no pleito.
Se o TSE impedir Lula de concorrer
Se o TSE impedir Lula de concorrer ainda nesta sexta, a defesa ainda poderá apresentar recurso ao próprio tribunal ou ainda ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa última hipótese, Lula já não poderá mais se apresentar como candidato.
Outra possibilidade para a defesa é recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) com pedido para suspender a inelegibilidade, hipótese prevista na Lei da Ficha Limpa.
Caso o PT desista de lançar Lula como candidato, poderá substitui-lo na cabeça de chapa até 17 de setembro.