As ofensas racistas protagonizadas pela torcida peruana, no jogo de estreia\n do Cruzeiro na Taça Libertadores 2014, contra o Real Garcilaso, em Huancayo,\n não foram relatadas, em súmula, pelo árbitro da partida, o venezuelano José\n Argote. A informação foi confirmada por Caio César Rocha, presidente do\n Tribunal Disciplinar da Conmebol, em entrevista ao site da ESPN. Mesmo sem\n constar em súmula, a abertura de inquérito para apurar os incidentes ocorridos\n no estádio de Huancayo, deve ser feita pelo Tribunal com base nas imagens da\n partida. O julgamento do caso pode ser realizado em até duas semanas.\n \n - Não vi a súmula e nem vou participar do julgamento, mas a notificação que\n chegou da Conmebol foi de que a arbitragem não descreveu o caso de racismo na\n súmula. Nessa situação, contudo, o próprio vídeo com as imagens pode ser\n suficiente. Não sei se de repente o juiz não percebeu os gritos durante o jogo,\n afirmou o brasileiro Caio César em entrevista ao site da ESPN.nbsp;\n \n Para Eduardo Carlezzo, advogado especialista em direito desportivo, os fatos\n ocorridos no Peru são extremamente graves. Na opnião dele, a Conmebol precisa\n abrir um processo, a fim de evitar que situações parecidas voltem a acontecer. \n \n - O fato do árbitro não ter relatado o comportamento da torcida na súmula\n não prejudica a instauração do processo e muito menos seu julgamento, já que os\n acontecimentos podem ser verificados por outros meios de prova. O primeiro\n passo é a abertura de um procedimento pela Unidade Disciplinar da Conmebol no\n qual o Real Garcilaso será notificado para apresentar sua defesa em decorrência\n do comportamento de seus torcedores. Após a apresentação da manifestação de\n todas as partes envolvidas, o caso será julgado pelo Tribunal de Disciplina,\n que por sua vez decidirá sobre a aplicação das sanções e a extensão das mesmas.\n A medida aplicada pela Conmebol deve ser forte e pedagógica, para que sirva de\n exemplo para todos os torcedores que pensam que o mundo é divido em raças,\n disse Carlezzo à reportagem do GloboEsporte.com.\n \n Cruzeiro e Conmebol chegaram a marcar um encontro para\n discutir os fatos ocorridos na cidade de Huancayo, antes e durante o confronto\n contra o Real Garcilaso, no Peru. No entanto, a reunião foi cancelada. A\n Conmebol já foi notificada sobre as reclamações do clube mineiro no Peru e deve\n tomar alguma posição na segunda-feira.
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\n Além da derrota, por 2 a 1, para o Real Garcilaso. a partida foi marcada pelas\n cenas protagonizadas pela torcida peruana no estádio de Huancayo, que imitavam\n sons de macacos quando o volante Tinga pegava na bola. A Raposa também reclama\n por ter treinado no estádio sem luz, na véspera da partida e de falta de água\n nos vestiários, no intervalo da partida. O superintendente do clube celeste,\n Benecy Queiroz, conversou por telefone com o presidente da entidade máxima\n sul-americana, Eugenio Figueroa, para desmarcar o compromisso.
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\n - Quem ia para a reunião era eu e o Alexandre Mattos, mas cancelamos. Não vai\n ter mais reunião. O Cruzeiro entrou com um recurso, por meio do nosso advogado\n e eu conversei com o Figueiredo e o recurso vai ser avaliado na segunda-feira,\n agora tem que esperar, informou o dirigente do clube.
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\n O diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes, explicou que o clube já\n enviou um documento oficial à Conmebol com as reclamações. Agora, o clube\n espera uma decisão da entidade sul-americana.
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\n - O Cruzeiro encaminhou uma documentação relatando tudo que aconteceu no Peru,\n a falta de água nos vestiários, o treinamento com falta de luz, os espisodios\n do Tinga. A Conmebol já respondeu que está ciente dos fatos ocorridos porque\n acompanharam as reportagens e as imagens feitas no estádio.