Globo Esporte/LD
ImprimirQuando o técnico Levir Culpi optou por escalar o Santos com apenas três titulares contra o Atlético-GO, lanterna do Campeonato Brasileiro, no último sábado, no estádio Olímpico, em Goiânia, ele sabia de um fator que poderia atrapalhar a atuação de sua equipe: a falta de entrosamento. Não fosse a expulsão de Jorginho e a entrada de Thiago Maia, autor do gol do empate por 1 a 1, e Lucas Lima, o Peixe dificilmente buscaria uma reação.
O jogo teve tempos distintos. Nos 45 minutos iniciais, o Peixe fez sua pior exibição na temporada. O time que iniciou o duelo diante dos goianos havia treinado junto apenas uma vez, um dia antes do confronto. E isso ficou claro no primeiro tempo. Os números comprovam: foram 10 finalizações do Atlético-GO contra uma do Alvinegro, que foi completamente dominado pelo adversário.
Em uma noite pouco inspirada, o Santos teve uma série de problemas, sem contar a já mencionada falta de entrosamento. Alguns deles foram:
-Espaço dado ao adversário, que não teve dificuldades para chegar à área do Peixe; -Lentidão na saída de bola; -Poder de criação nulo, com Vitor Bueno apagado, e Alison e Yuri perdidos; -Vladimir Hernández e Kayke, pouco acionados, ficaram presos na marcação rival.
O pênalti cometido em Breno Lopes, que gerou o gol de Andrigo (ele aproveitou o rebote da defesa de Vanderlei), teve jogada originada por conta de uma falha na defesa do Santos. Caju perdeu a bola no campo de ataque, e Noguera não acompanhou o meia rival (veja o lance abaixo).
Levir percebeu os erros cometidos na primeira etapa e promoveu a segunda troca no retorno do intervalo: Thiago Maia entrou no lugar de Alison. Antes, no fim do primeiro tempo, Lucas Lima já havia substituído Vitor Bueno, que deixou o campo com dores no joelho.
As entradas dos titulares, aliada à expulsão de Jorginho, aos 5 minutos da etapa final, fizerem o jogo mudar da água para o vinho. O Peixe tomou conta das ações e permaneceu grande parte do tempo no campo de ataque. Ainda assim, seguia com dificuldades para furar o bloqueio dos mandantes. Até que, aos 20, Levir foi para o tudo ou nada: sacou Noguera e colocou Thiago Ribeiro, recuando Yuri para a zaga.
O atacante entrou com vontade pelo lado direito, local onde praticamente todas as investidas do Santos aconteceram. Inclusive o gol. O próprio Thiago Ribeiro aproveitou falha de Abuda, desarmou o volante, fazendo a bola sobrar para Lucas Lima. O camisa 10 achou Thiago Maia, que ajeitou, levantou a cabeça e mandou uma bomba cheia de efeito para empatar o confronto.
Para um time que tem o título como objetivo, empatar com o lanterna do campeonato, com um tempo inteiro com um jogador a mais, obviamente não é um resultado a ser comemorado. O Peixe volta à quarta colocação do Brasileirão, mas pode (e deve) ser ultrapassado até a conclusão da rodada.
Com o empate, o Alvinegro chega à terceira partida sem vitória (duas no Brasileirão e uma na Copa do Brasil). O clima para o retorno da disputa da Libertadores não poderia ser pior. Na quarta-feira, às 19h15 (de Brasília), o Santos visita o Atlético-PR na Vila Capanema, pelas oitavas de final da competição continental. Mas agora com força máxima.