CG News/AB
ImprimirO atleta sul-mato-grossense Rodrigo Marques, 18, foi convocado para fazer parte da seleção brasileira juvenil que vai disputar em junho deste ano o torneio da Confederação Sul-Americana de Boliche, no Panamá. A convocação foi feita ontem pela CBBOL (Confederação Brasileira de Boliche). O torneio na capital panamenha será de 28 de junho a 3 de julho.
Outros três atletas foram convocados para a seleção juvenil sub-21 – Bruno Costa, do Rio de Janeiro, João Izaias, da Bahia, e Bernardo Abreu, de Minas Gerais. A confederação convocou também dois atletas sub-16 para a mesma competição – Antonio Carlos, de São Paulo, e Dudu Miyamoto, de Brasília.
Nascido em Campo Grande, mas morando em Dourados há 14 anos, Rodrigo Marques disputa competições nacionais há dois anos, mas é conhecido no meio do esporte por ter “nascido dentro do boliche”.
Filho de Edimar Marques, também atleta e técnico de casas de boliche, Rodrigo nem sabe ao certo quando começou a brincar nas pistas. “Jogo desde criança”, diz ele, que completou 18 anos em outubro.
“Parece que ainda não caiu a ficha que fui convocado. Era um sonho que está sendo realizado nos meus 18 anos”, afirmou Rodrigo.
Para o pai, Edimar Marques, que ensinou Rodrigo a dar os primeiros passos no boliche, a convocação é um reconhecimento: “Estou feliz da vida em saber que as portas deste esporte maravilhoso, que eu amo tanto, e que já me proporcionou tantas realizações. Agora oferece ainda mais ao meu filho. Só tenho a agradecer a Deus e a todos que o apoiam”.
Patrocínio – Pai e filho sabem que agora começa a corrida contra o tempo para conseguir patrocínio. A confederação nacional vai bancar as despesas com passagem aérea, hotel e inscrição dos atletas e de contratação de um técnico para a delegação. Entretanto, os gastos com alimentação e deslocamento na cidade-sede do evento ficam por conta dos atletas.
No Brasil ninguém vive de jogar boliche, mas o programa Bolsa Atleta do governo federal incentiva os jogadores que se destacam em competições nacionais. No ano passado a equipe de Mato Grosso do Sul conseguiu uma medalha no Brasileiro de Seleções, no Rio, e os seis representantes ganharam o direito de pleitear a bolsa.
Em Mato Grosso do Sul, no entanto, não existe nenhum tipo de incentivo público ao esporte, apesar de várias conquistas nacionais nos últimos dez anos.
Outra convocada – No início deste mês, outra atleta douradense tinha sido convocada para competição internacional. Marlene Bonacina foi chamada para fazer parte da seleção feminina sênior, que vai representar o Brasil no Campeonato Sudamericano Sênior e Super Sênior, de 17 a 24 de abril, em Santiago, capital do Chile.
Amador, mas organizado – Apesar de ser um esporte amador, ainda não reconhecido como modalidade olímpica, o boliche tem uma confederação nacional, uma federação internacional, e a PABCOM, que organiza as disputas na América do Sul. Em Mato Grosso do Sul, tem uma federação e dois clubes – um na Capital e outro em Dourados, onde o esporte tem o dobro de jogadores em comparação a Campo Grande.
O ranking nacional de boliche tem 397 atletas masculinos e 76 femininos. Os mais bem colocados de Mato Grosso do Sul são todos de Dourados – Reginaldo Morel em 14º e Rodrigo Marques em 22º no masculino e Marlene Bonacina em 14º no feminino.
Neste ano, o boliche do Brasil vai disputar mais uma vez os Jogos Pan-americanos, em Toronto, no Canadá, de 10 a 26 de julho. Os representantes brasileiros serão Marcelo Suartz, de São Paulo, Charles Robini, de Minas Gerais, Stephanie Martins e Roberta Rodrigues, as duas de São Paulo.
Em 2007 o país conquistou sua primeira medalha na competição, a prata com Rodrigo Hermes e Fábio Rezende, que não participam mais de campeonatos. Marcelo Suartz ganhou o bronze em 2011.