Folha Press/LD
ImprimirNa primeira vez que o São Paulo enfrentou o Corinthians em 2015 a sensação foi de pesadelo para os tricolores. O time perdeu por 2 a 0, sem ter feito um chute ao gol adversário.
A partida gerou um sentimento de decepção no elenco, aumentou a cobrança da diretoria e tornou a relação difícil até mesmo com os torcedores --antes, fechados com o time.
Na segunda vez que o São Paulo enfrentou o Corinthians em 2015 a sensação foi de que é possível fazer muito mais. O time perdeu de novo, mas desta vez por 1 a 0, só que foi melhor que o rival.
A equipe tricolor finalizou 11 vezes, dominou a posse de bola, dominou o rival no campo de defesa dele e ainda teve um pênalti a favor, que foi desperdiçado por Rogério Ceni.
O que mudou? A escalação do meia-atacante Centurión explica a nova postura do São Paulo. Novidade nesta temporada, o argentino ficou fora do primeiro jogo contra o Corinthians porque cumpriu o primeiro de dois jogos de suspensão impostos pela Conmebol.
Mas no confronto do domingo (8) foi escalado no lugar de Pato --impossibilitado de jogar por questões contratuais-- e de Alan Kardec --virou reserva após um início ruim de temporada.
Centurión finalizou duas vezes --dois chutes bloqueados por Cássio--, criou opções pelo lado direito e esquerdo do ataque para os companheiros finalizarem tanto e ainda ajudou na marcação, ao retornar até a lateral esquerda para acompanhar os defensores corintianos.
Centurión foi ainda o segundo jogador mais acionado entre os homens de ataque. Foram 46 bolas recebidas --somente o meia Michel Bastos foi mais procurado, com 61 bolas.
O meia-atacante também foi um símbolo de raça, algo que faltava ao time neste ano. Deu carrinho, correu atrás da bola em lances impossíveis e não se intimidou por disputar o primeiro clássico no Brasil, o primeiro com a camisa do São Paulo.
Até a torcida o reconheceu. Passou a gritar o nome do argentino ao pedir raça ao time.
A boa apresentação de Centurión dá esperança ao técnico Muricy Ramalho de ajeitar o time no setor ofensivo. Como não poderá contar com Pato no dia 22 de abrl, quando vai enfrentar o Corinthians, no Morumbi, pela Libertadores, o argentino já surge como favorito à vaga.
Mas até mesmo no Paulista é possível que ele deixei a briga mais apertada. O São Paulo teve facilidade contra os pequenos, mas no clássico com o Santos foi inofensivo. Empatou sem gols na Vila Belmiro, em jogo que o rival merecia sair com a vitória.
Os outros atacantes do elenco têm defeitos. Pato costuma oscilar, Luis Fabiano sofre com lesões e dificuldades para jogar muitos jogos em sequência e Alan Kardec está em má fase.
Assim, não será surpresa se Centurión tiver o nome gritado nos próximos jogos do time.