Globo Esporte/LD
ImprimirO ex-secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke foi suspenso pelo Comitê de Ética da entidade por 12 anos. Por conta disso, o dirigente não poderá exercer nenhum tipo de atividade relacionada ao futebol (administrativa, esportiva ou outra). A proibição entrou em vigor nesta sexta-feira após a divulgação oficial da punição.
De acordo como comunicado publicado pelo Comitê, a investigação contra Valcke foi conduzida pelo presidente da Câmara de Investigação, Cornel Borbély. As acusações eram relativas a má conduta relacionada com a venda de ingressos para as duas últimas Copas do Mundo. Durante as diligências, outros atos de irregularidade foram constatados contra o dirigente, entre eles a venda de direitos de transmissão, bem como destruição de provas.
A investigação resultou em um relatório que foi submetido à Câmara Decisória em 5 de janeiro de 2016. Entre outras situações, o Comitê descobriu que uma empresa de marketing esportivo ganhou vantagem indevida na venda de bilhetes para a Copa do Mundo. De acordo com o documento, além de não tomar nenhuma atitude para estancar o problema, Valcke ainda incentivou as pessoas responsáveis a seguir com a comercialização.
O relatório diz ainda que Valcke viajou com o dinheiro da Fifa por motivos turísticos, bem como escolher voos privados sem nenhum tipo de compromisso para a entidade. Segundo o Comitê de Ética, o dirigente agiu contra os interesses da entidade e causou danos financeiros à federação.
Além disso, Valcke ainda tentou negociar os direitos de transmissão das Copas de 2018 e 2022 para o Caribe por um valor bem abaixo do seu valor real de marcado. O dirigente tentou também obstruir os processos em curso contra ele ao tentar eliminar ou excluir arquivos e pastas relevantes para investigação.
No fim da nota à imprensa, o Comitê de Ética diz que o comportante de Valcke como secretário-geral constituiu uma violação aos seguintes artigos do Código de Ética da Fifa: 13 (Regras gerais de conduta), artigo 15 (fidelidade), artigo 16 (confidencialidade), artigo 18 (dever de informação, cooperação e comunicação), artigo 19 (Conflito de interesses), artigo 20 (oferta e aceitação de presentes e outros benefícios) e artigo 41 (Obrigação das partes a colaborar).
Além da punição de 12 anos, o dirigente ainda terá que pagar uma multa de 100 mil francos suíços (cerca de R$ 410 mil).