O que poderia ser um período agradável de trabalho se tornou uma espécie de peso para o Corinthians. Com inúmeros desfalques, os sequenciais amistosos da equipe nesta pausa para a Copa América agravaram o clima de tensão com o desempenho coletivo ruim.

Sem todas as peças à disposição para buscar soluções, principalmente ofensivas, o técnico Fábio Carille tenta evitar que a confiança se dissipe na reta final da preparação. Nesta quinta-feira, o rival será o Vila Nova, às 21h30, no Serra Dourada, em Goiânia.

A derrota para o Botafogo-SP, no último sábado, escancarou que os problemas estão longe de serem resolvidos no Corinthians. Enquanto isso, o tempo de pausa se aproxima do fim. Há um consenso entre os jogadores de que não haverá mais chance para "desculpas" no segundo semestre. O momento de errar é agora. Um novo revés, porém, pode deixar o grupo estagnado.

O caso da dupla Clayson e Everaldo é sintomático. Em sua última entrevista, Carille falou com frustração sobre a ausência dos atacantes do primeiro amistoso. Deles, o treinador espera profundidade e maior número de criação de chances reais de gols. Recuperados de déficit muscular, os dois foram a campo durante a semana, mas não participaram de nenhum coletivo.

Entre o amistoso desta quinta e o do próximo domingo, serão apenas três dias de treinos – um deles pode ser usado para atividades regenerativas, mais leves. Desta forma, a dupla dificilmente terá tempo de ser testada com o restante do grupo nas atividades antes do fim da sequência de amistosos.

– É importante disputar esses amistosos porque você coloca em prática o que vem sendo treinado todos os dias. Quem joga, não quer só treinar. É um em cima do outro? É. Mas faz parte do processo para conseguir ter sucesso lá na frente – disse o lateral-esquerdo Danilo Avelar ao Globoesporte.com.

Gustagol, outro desfalque, tira de Carille a chance de testar novidades no ataque. O treinador esboçou o time titular para o jogo desta quinta com Vagner Love e Boselli. Assim, ficaria praticamente sem munição em um eventual mudança de peças na etapa final.

O treinador tem optado pelo mistério na pausa. Todas as atividades táticas feitas no segundo período do dia foram fechadas à imprensa.

O treino da véspera do segundo amistoso também foi feito em segredo. A última vitória da equipe foi em 30 de maio, contra o Deportivo Lara, na Venezuela, pela Copa Sul-Americana.

Depois do jogo em Goiânia, o Corinthians ainda enfrentará o Londrina, domingo, às 11h, em Maringá, no último amistoso. A equipe volta a atuar pelo Brasileirão, contra o CSA, dia 14 de julho, em Itaquera.