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ImprimirFoi da maneira mais improvável que Roger Federer deu adeus à sua invencibilidade em Wimbledon. Desde 2016 sem ser derrotado na grama sagrada, o suíço chegou a ter o ponto do jogo para garantir uma vitória tranquila sobre Kevin Anderson (8º do ranking) por 3 sets a 0, mas a partir daí tudo mudou. O sul-africano cresceu no jogo, o atual número 2 do mundo sentiu o momento e levou a virada por 3 sets a 2, parciais de 2/6, 6/7 (5), 7/5, 6/4 e 13/11, em 4h13 de confronto.
Apesar de ter perdido três sets no jogo, Federer igualou sua própria marca de sets vencidos em sequência em Wimbledon. Com os desta quarta-feira, ele chegou a 34 parciais consecutivas no torneio, o mesmo recorde que tinha conseguido entre as edições de 2005 e 2006.
Na semifinal, Kevin Anderson encara o vencedor do confronto entre Milos Raonic e John Isner, que acontece ainda nesta quarta-feira.
Uma curiosidade da partida é que ela aconteceu na Quadra 1 de Wimbledon, algo incomum para Roger Federer, acostumado a atuar na Quadra Central. Isso porque a organização do torneio decidiu priorizar os dois confrontos do outro lado da chave: Novak Djokovic x Kei Nishikori e Rafael Nadal x Juan Martín Del Potro. O suíço não atuava fora da arena principal desde 2015, quando enfrentou Gilles Simon.
O jogo
Federer começou arrasador na partida, sem dar chances com seu saque e logo conseguindo logo uma quebra sobre Anderson, marcando oito dos nove primeiros pontos da partida. O suíço continuou à vontade em todo o set, cedendo apenas um ponto com seu serviço, e quebrou o sul-africano mais uma vez para anotar 6/2 em apenas 27 minutos.
No set seguinte, Federer encontrou muito mais trabalho. Anderson começou a encontrar melhor o seu saque e ainda encaixou excelentes devoluções, muito firmes, no segundo game, para chegar à quebra sobre o suíço, abrindo logo 3/0. No entanto, o número 2 do mundo cresceu, devolveu o break jogando com muita intensidade e variação no quinto game - aplicando ainda um belíssimo lob do fundo da quadra - e empatou o jogo, forçando o tie-break. Federer ainda desperdiçou dois set points com seu saque quando tinha 6-3 antes de fechar o set em 7-5.
A terceira parcial seguia bastante equilibrada, sem chances de quebra para qualquer lado até o 4/4. Federer confirmou mais uma vez seu serviço, cresceu para cima do saque de Anderson e chegou a ter o match point, mas o sul-africano se salvou com ótimos saques. Logo depois, foi a vez do grandalhão surpreender nas devoluções e, com um winner matador, quebrar o saque de Federer pela segunda vez no jogo, reagindo e fazendo 7/5.
No quarto set, Federer pareceu perder um pouco a confiança nos golpes e não encaixava mais os winners com tanta maestria. Enquanto isso, crescia o jogo de Kevin Anderson, que conseguiu uma quebra no sétimo game e sustentou mais uma vez um break point antes de empatar o jogo em 6/4, levando o público à loucura com sua reação.
O nervosismo foi a tônica da última parcial, que teve um Federer "nem tão perfeito", enquanto Kevin Anderson se salvava com saques sempre potentes. Foi desta forma que o sul-africano se salvou de um break point no oitavo game e se manteve vivo no jogo. O suíço não dava brechas e o jogo foi se alongando, passando da barreira de 6/6 - em Grand Slams, não há tie-break para o quinto set. E, quando Federer não foi perfeito, Anderson aproveitou. Uma quebra para fazer 12/11 foi o suficiente para o sul-africano, que aproveitou seu excelente saque e fechou o jogo de forma incrível em 13/11.