Globo Esporte/LD
ImprimirO presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e o do Fluminense, Pedro Abad, entregaram uma proposta conjunta para assumir de forma temporária a administração do Maracanã. O prazo é até esta quinta e o resultado sairá na próxima sexta-feira. Ainda não foram divulgados maiores informações de como seria esta gestão compartilhada. Os dirigentes alegaram sigilo para não divulgarem nenhum detalhe sobre o contrato e nem disseram se o governo participará.
Em entrevista coletiva depois de sair do Palácio da Guanabara, Rodolfo Landim reforçou a ideia do presidente do Fluminense em fornecer o estádio para todos os clubes cariocas. Segundo o flamenguista há a possibilidade de realização de shows no Maracanã para tornar o estádio mais rentável.
- O objetivo é a gente fazer isso de forma harmônica e com a possibilidade de participação de todos os clubes. O objetivo não é só Flamengo e Fluminense jogarem lá. O objetivo é que todos os clubes possam jogar. Nós não temos dúvida nenhuma de que as condições de que nós vamos oferecer, juntos, para que outras agremiações possam participar lá serão melhores e mais baratas do que as que existem hoje. É um pleito de que seja utilizado para shows e a gente continua aberto a isso. A prioridade do Maracanã será o futebol, mas será também será aberto a outras atividades.
O Vasco não foi incluído na proposta da dupla pela gestão do Maracanã. A reportagem apurou que na reunião da última quarta-feira, na Ferj, foi feito um esforço para que os clubes tivessem protagonismo repartido, mas principalmente o Flamengo deseja mais poder no comando do estádio.
Era consenso que o clube da Gávea tivesse uma fatia maior das receitas por levar mais gente ao Maracanã, mas não que a liderança fosse rubro-negra. Depois do encontro, era esperado que Fla e Flu fizessem propostas separadas. A parceria gerou surpresa.
Nós vamos esperar que o prazo da entrega se encerre. Aí, sim, a gente vai planejar um momento mais detalhado de tudo aquilo que envolve à medida que o estado colocar a gente a par do resultado. A gente entende que é um equipamento do estado e da população. A gente tem que dar satisfação ao povo do Rio de Janeiro sobre o que está sendo feito com aquele investimento e o que o estado tem ou deixa de ter de gasto e de rendimento. A gente vai detalhar no momento certo - disse o presidente do Fluminense, Pedro Abad, que completou.
O Maracanã não é um equipamento que vai passar a ser de Flamengo e Fluminense. Nós apenas vamos gerir um equipamento que é do estado. Pela proposta que nós fizemos, se Vasco e Botafogo quiserem jogar, vão ter o mesmo nível de desembolso e receita que Flamengo e Fluminense terão. Da mesma forma que o estádio também é para eles jogarem. Nossa proposta é totalmente inclusiva. Vasco e Botafogo também construíram a história do Maracanã e devem continuar a construir a história lá.
Desde que Wilson Witzel anunciou o rompimento com o consórcio gerido pela Odebrecht, Flamengo e Fluminense se reuniram semanalmente com a comissão nomeada pelo governador. A ideia era debater o futuro do estádio. Há cerca de uma semana o Tricolor oficializou intenção de assumir o estádio e empresas fizeram o mesmo - incluindo a que administra a Arena Palmeiras.
O prazo para abertura de nova licitação é de 180 dias, mas a expectativa é de que a decisão só saia depois de cerca de um ano. O consórcio atual deixa o comando do estádio no próximo dia 18, e a ideia dos clubes é assumir o comando a partir do dia 19.
Na terça-feira, o Vasco apresentou uma proposta que prevê a gestão coletiva entre os quatro grandes do Rio. Nela, o Governo arcaria com parte dos custos.