LANCE!/AB
ImprimirAnunciado na madrugada, Lisca já foi apresentado como técnico do Internacional, na manhã desta sexta-feira, horas após o Colorado ter empatado com a Ponte Preta, no Beira-Rio, o que culminou na demissão de Celso Roth. Na entrevista coletiva, o comandante de 44 anos disse não acreditar em heroísmo no futebol.
Estou chegando nas últimas três rodadas. Tenho uma responsabilidade grande com o resultado que vier. Queremos ficar na Série A e acreditamos nisso. Não acredito em herói no futebol. Trabalhamos em conjunto e não vim buscar ser herói. Fui convocado pelo presidente Vitório e o presidente Carvalho. É um desafio e uma honra muito grande em um momento difícil ser lembrado e encarregado dessa responsabilidade - disse, complementando:
Permanecer na Série A vai ser como um título de Copa do Mundo para nós - afirmou.
Gaúcho de Porto Alegre, Lisca começou sua carreira de treinador no próprio Internacional, ainda nas divisões de base. Depois, rodou diversos clubes, como Náutico, Ceará e Joinville, sua última equipe, e agora retorna com a missão de tirar o time da zona do rebaixamento, restando três jogos - diante de Corinthians, Cruzeiro e Fluminense.
Pela situação que se apresenta, temos a mesma pontuação do Vitória, e com a derrota o Sport também está na briga, mas o Figueirense também veio para a briga. É outro que pode sonhar e almejar esta permanência na Série A. Está na nossa mão. Temos um gol de diferença para o Vitória e é contornável. Nosso grupo é qualificado, boas opções, e agora uma nova filosofia e uma maneira de trabalhar. Quando chega um técnico a conta é zerada em todos os aspectos - disse o treinador.
Temos que saber transformar o limão numa limonada. Jogar o jogo difícil. Hoje para nós será um grande título, uma grande conquista ficar na Série A. É obrigação? É. Mas para nós do dia a dia será como uma conquista de Copa do Mundo permanecer na Série A. E vamos passar isso para os jogadores - continuou Lisca, que firmou um acordo só até dezembro.
SAIBA MAIS SOBRE LISCA - OU LISCA DOIDO
Após trabalhos nas bases de Inter, São Paulo, Ulbra-RS, Grêmio e Fluminense, Lisca comandou o Brasil de Pelotas, o Juventude B, Porto Alegre, Luverdense duas vezes - time pelo qual conquistou a Copa MT em 2011 - e o Novo Hamburgo antes de assumir o time principal do Juventude em 2012. O Papo não conquistou o acesso à Série C de 2013, mas fechou o ano com o título da Copa da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), o que credenciou o time a disputar novamente a Quarta Divisão ano seguinte. Em 2013, foi à decisão da Taça Farroupilha, o segundo turno do Gauchão, após eliminar o Grêmio, nos pênaltis. Foi quando Lisca virou "Lisca Doido", após sua celebração no Alfredo Jaconi. Ele levaria o Papo ao acesso à Terceirona e, depois, à final da Série D, que foi conquistada pelo Botafogo-PB.
Lisca ainda teve duas passagens pelo Náutico, protagonizando momentos com muitas danças e comemorações, e comandou o Sampaio Corrêa antes de chegar ao Ceará no ano passado. O risco de rebaixamento do Alvinegro à Série C era de 98%. Sob o comando de Lisca, o Vozão venceu seis dos nove jogos restantes, empatou dois e perdeu apenas um, conquistando uma improvável permanência na Segundona. No derradeiro jogo, disputado no Castelão, o triunfo foi sobre o Macaé, que seria rebaixado. E ao término da partida, Lisca chegou a pegar a cabeça do mascote alvinegro, o Vozão, para comemorar com a torcida. Foi comandando o clube que ele ganhou o refrão "Saiu do hospício, tem que respeitar! Lisca doido é Ceará" do torcedor alvinegro.