Folha Press/LD
ImprimirA espanhola Mireia Belmonte, 25, uma das principais nadadoras da atualidade, disse que pode desistir de disputar a Olimpíada do Rio, em agosto deste ano, por causa da proliferação do vírus da zika no Brasil.
"Se a minha saúde corre perigo, pensarei sobre não ir aos Jogos do Rio. Ainda falta muito tempo para a Olimpíada e as coisas podem mudar, mas é importante saber que vamos estar seguros e que a nossa saúde não vai estar ameaçada", disse Mireia nesta quarta-feira (10).
"Temos que nos informar bem sobre o que vamos encontrar lá", afirmou.
Mireia é uma das grandes promessas de medalha para a Espanha na Rio-2016. Em Londres-2012, ela ganhou duas de prata (200 m borboleta e 800 m livre).
No Mundial de piscina curta em Doha, no Qatar, em 2014, ela conseguiu quatro medalhas de ouro (200 m borboleta, 400 m medley, 800 m livre e 400 m livre).
Na terça-feira (9), o diretor do Comitê Olímpico do Quênia, Kipchoge Keino, também disse que o país pode desistir de participar da Olimpíada por causa do vírus da zika no Brasil.
Mais tarde, o comitê publicou comunicado dizendo que "ainda não tomou uma decisão específica" sobre o problema.
Além disso, o chefe da equipe olímpica do país, Stephen Arap Soi, negou qualquer ameaça de boicote ao evento. "Está muito cedo", disse. "Nós garantimos que estamos nos preparando para ir ao Rio como planejado".
O evento começará em menos de seis meses -vai de 5 a 21 de agosto.
Na segunda-feira (8), a agência Reuters disse que os Estados Unidos também podem deixar de participar da Olimpíada por causa do zika. A informação, porém, foi negada pelo Comitê Olímpico dos EUA (USOC, na sigla em inglês).
O presidente da Federação de Esgrima dos EUA, Donald Anthony, afirmava que a USOC havia dito a federações do país que atletas podem considerar não participar da Rio-2016 devido à proliferação do vírus da zika no Brasil.
As federações, segundo Anthony, foram informadas que ninguém deve ir ao Brasil "se não se sentir confortável". A mensagem teria sido repassada em janeiro durante teleconferência envolvendo membros do comitê olímpico e líderes de federações.
O porta-voz da USOC disse que o relato é "100% impreciso". Referia-se, segundo ele, a "uma discussão interna com líderes esportivos dos EUA sobre funcionários e os riscos potenciais que o CDC identificou em viagens a áreas infectadas pelo zika".
A USOC disse que só foram repassadas às federações as recomendações do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), como o alerta a gestantes para que evitem viajar ao Brasil.