Em meio a tops da elite e surfistas que almejam um lugar ao sol entre os 34 melhores do mundo, o Brasil provou por que se tornou uma das maiores potências do esporte. Sete surfistas do país estão na briga pelo caneco no QS 6000 Florianópolis, na Praia da Joaquina. Além de Adriano de Souza, Deivid Silva, Tomas Hermes e Ian Gouveia venceram os seus rivais pela quarta fase da etapa válida pela Divisão de Acesso (QS), neste sábado, e seguem objetivos distintos. Enquanto campeões mundiais como Mineirinho e Gabriel Medina, eliminado na quinta fase, usam o evento como um treino de luxo para a última de 11 etapas do Circuito Mundial (CT) de 2016, o Pipeline Masters, no Havaí, em dezembro, outros brasileiros buscam pontos importantes no ranking de acesso (QS), que irá distribuir 10 vagas para a elite em 2017. O campeão do evento ganhará 6.000 pontos como prêmio, o que aumenta as chances de melhorar a sua situação no G-10.

Filho de Fábio Gouveia, Ian ocupa o quinto lugar na tabela e pode carimbar o passaporte, sem ter de levar a decisão para a Tríplice Coroa Havaiana. Em 14º, Deivid Silva também mira os valiosos pontos para poder confirmar a vaga para o "Circuito dos Sonhos" no ano que vem.

• É muito legal ter a minha mãe e a minha família comigo. Hoje, eu moro em Floripa, e eles estão no Guarujá. Eu passo o ano inteiro viajando. Está sendo uma grande honra estar com eles aqui e compartilhar um pouco da minha vida com eles - disse Mineirinho, que vive há quatro anos em Florianópolis, terra natal de sua esposa, a modelo Patricia Eicke.

Consistente, Mineirinho segura peruano

Com uma leitura perfeita do mar na Joaquina, Adriano de Souza teve uma precisão cirúrgica na escolha e na técnica imprimida em cada onda. Em sua primeira investida, o paulista do Guarujá levou 8.50 e assumiu logo a liderança da bateria. Mas o peruano Juninho Urcia mostrou que venderia caro a derrota para o campeão mundial de 2015. Não se importou ao ver Mineirinho ampliar para 12.50 e se manteve ocupado. Ao ganhar 6.50 e 6.57, Urcia chegou a 13.07 pontos e virou líder, enquanto Santiago Muniz continuava a segurar a lanterna, com 10.03. Adriano sabia que tinha de melhorar a sua segunda nota (3.33), contudo, não teve pressa. Com a prioridade e precisando de apenas 4.00 para retomar a ponta, Mineirinho esperou pela oportunidade.

A 10 minutos para o fim, ele encontrou uma boa onda para encaixar manobras fortes. O 8.10 dos juízes o fez voltar à dianteira, superando o peruano por 16.60 a 13.07. Juninho ainda tentou reverter o quadro, mas Mineirinho não o deixou deslanchar e manteve a consistência de costume, sem se importar com as condições difíceis do mar. O paulista do Guarujá ainda acertou um aéreo no fim, mostrando um arsenal poderoso. Santiago tentou ao menos subir para segundo lugar, porém, não teve sorte com as ondas e ficou em terceiro (10.03), se despedindo da disputa.

Medina é eliminado na 5ª fase

Brigando pela vaga direta na elite no ano que vem, o australiano Soli Bailey foi responsável pela eliminação de Gabriel Medina, um dos mais aclamados no evento. O equilíbrio deu o tom da disputa de alto nível nas águas da Joaca. Soli ganhou 7.50 e 9.17 para vencer o paulista de São Sebastião por 16.67 a 15.66 e, assim, tirar um dos candidatos mais fortes da disputa pelo título do QS 6000. Com 8.83 e 6.83 dos juízes, Medina precisava de 7.85 para ir à liderança da bateria, mas o tempo se esgotou antes do local de Maresias conseguir a virada. Depois de competir no litoral catarinense, o atual vencedor da Tríplice Coroa Havaiana embarca para o Havaí.

Há 30 anos, em 1986, o Pro Contest trouxe de volta o circuito ao Brasil, na Joaquina, ainda sob a chancela da ASP (Associação de Surfistas Profissionais). Na ocasião, Dave Macaulay foi o campeão. A competição neste ano será a última parada do QS antes do encerramento da temporada, na Tríplice Coroa Havaiana, podendo decidir classificações para a elite dos top 34 do CT. No fim da temporada, 10 surfistas do QS se garantem no CT. Os top 22 da elite se mantém, recebem o G-10 do QS e outros dois atletas que sofreram lesões durante o ano.

Baterias da 4ª fase

1 - Gabriel Medina (BRA) 12.43 X Marco Giorgi (URU) 10.97 X Hizunomê Betero (BRA) 7.38 2 - Kanoa Igarashi (EUA) 15.50 X Soli Bailey (AUS) 14.53 X Luan Wood (BRA) 5.36 3 - Willian Cardoso (BRA) 12.14 X Tanner Gudauskas (EUA) 12.00 X Griffin Colapinto (EUA) 16.67 4 - Tomas Hermes (BRA) 13.16 X Mitch Crews (AUS) 11.43 X Keanu Asing (HAV) 10.80 Recomeço da disputa neste sábado: 5 - Mitch Coleborn (AUS) 13.43 X Ian Gouveia (BRA) 14.06 X Michael Rodrigues (BRA) 10.67 6 - Luel Felipe (BRA) 11.46 X Miguel Pupo (BRA) 13.74 X Deivid Silva (BRA) 15.07 7 - Jadson André (BRA) 12.90 X Ricardo Christie (NZL) 11.16 X Frederico Moraes (POR) 14.24 8 - Santiago Muniz (ARG) 10.03 X Juninho Ursia (PER) 13.07 X Adriano de Souza (BRA) 16.60

Baterias da 5ª fase

1: Soli Bailey (AUS) 16.67 x Gabriel Medina (BRA) 15.66 2: Kanoa Igarashi (EUA) 13.73 x Marco Giorgi (URU) 13.40
3: Griffin Colapinto (EUA) x Mitch Crews (AUS) 4: Willian Cardoso (BRA) x Tomas Hermes (BRA) 5: Ian Gouveia (BRA) x Miguel Pupo (BRA) 6: Mitch Coleborn (AUS) x Deivid Silva (BRA) 7: Frederico Morais (POR) x Juninho Urcia (PER) 8: Jadson Andre (BRA) x Adriano de Souza (BRA)