Quando\n as seleções se enfrentarem na Copa do Mundo no ano que vem no Brasil, \n outra luta pela supremacia global será disputada fora dos campos - entre\n Adidas e Nike. \n Tudo estará em jogo na próxima rodada dessa briga. Atualmente a \n Nike possui 14,5 por cento do mercado global de artigos esportivos, \n comparados aos 11,4 por cento da Adidas, e está corroendo a primeira \n posição da marca alemã na Europa. A Adidas detinha 13,2 por cento do \n mercado de artigos esportivos no Leste Europeu em 2012, e a Nike, 12,4 \n por cento, de acordo com dados da Euromonitor. \n "Não é fácil avaliar as coleções (do ano que vem). A Adidas com \n certeza está se esforçando muito para ganhar terreno perdido, mas uma \n empresa como a Nike não vai ficar sentada nos próprios louros", disse \n Hans Allmendinger, chefe de marketing da Sport2000, vendedora alemã de \n artigos esportivos. \n Há mais de 40 anos a Adidas orna uniformes e chuteiras com seu \n logotipo inconfundível de listras paralelas. Tem parcerias fortes para o\n desafio adiante: uma relação próxima com o clube Bayern de Munique, do \n qual possui 9 por cento, e com a Fifa, para a qual produz conjuntos \n oficiais da Copa do Mundo. \n A Adidas prevê vendas recordes de mais de 2 bilhões de euros em \n artigos de futebol em 2014 e almeja reforçar as vendas globais para 17 \n bilhões de euros (23 bilhões de dólares) em 2015. \n A norte-americana Nike, entretanto, só entrou no mercado de \n futebol em 1994, mas já tem várias parcerias de peso com clubes, entre \n eles o atual campeão inglês, Manchester United. \n A empresa não faz previsões para categorias esportivas \n específicas, mas antevê vendas globais de até 30 bilhões de dólares para\n 2015 - insinuando achar que pode ter um desempenho suficientemente bom \n durante a Copa do Mundo para ampliar sua liderança global sobre a rival \n alemã - e talvez batê-la também em casa. \n No primeiro trimestre fiscal de 2013 (encerrado em 31 de agosto \n nos EUA), a Nike divulgou um aumento de 8 por cento em vendas na Europa.\n No mesmo período, as vendas europeias da Adidas caíram 7 por cento. \n A Adidas está fazendo de tudo para se fazer notar no Brasil, onde\n a Nike patrocina a seleção de futebol. O Brasil é visto como sinônimo \n de futebol de classe, o que gera grande atenção para o torneio - e para \n os produtos da Nike. \n A Adidas pretende marcar presença com jogadores como Lionel Messi\n e Mesut Ozil, que jogam nas seleções da Argentina e da Alemanha, \n patrocinadas pela empresa alemã, e no lançamento da bola oficial, a \n "Brazuca", à venda por 399 reais, mas gratuita para brasileiros nascidos\n no dia de seu lançamento. \n Mas, dada a escala na batalha, a Adidas também utilizará o que é \n educadamente conhecido como "marketing de tocaia". Espectadores de \n futebol citam como exemplo da campanha deste ano da Copa do Mundo o \n lançamento de uma nova camisa do Palmeiras com as cores amarela, verde e\n azul da seleção brasileira. \n "Isso é uma pisada no calo de alguns", disse John Guy, analista \n do Berenberg Bank. "Eles certamente têm algumas táticas nas mangas para \n consolidar sua posição contra a Nike, e é bom ver isso". \n Klaus Jost, presidente da Intersport, maior varejista de \n vestimentas esportivas do mundo, disse que o elenco de grandes jogadores\n da Nike, como o francês Franck Ribery e o português Cristiano Ronaldo, \n foi uma das razões do aumento de vendas da marca norte-americana na \n Europa. \n "Tem mais a ver com criar a imagem certa", disse ele à Reuters. \n "Estrelas como Ribery, Ronaldo e Ibrahimovic exercem tanta atração que \n muitos garotos querem copiá-los".