\n \n Em declarações publicadas pela edição desta sexta-feira do jornal Zero \n Hora, o árbitro Márcio Chagas da Silva admitiu que pensou em parar de \n apitar após ser alvo de ofensas racistas no jogo Esportivo 3 x 2 \n Veranópolis, válido pela 12ª rodada da primeira fase do Campeonato \n Gaúcho. Segundo o juiz, a torcida de Bento Gonçalves direcionou a ele \n declarações como “macaco safado” e “volta para a selva, negro”.\n \n “Eu pensei em parar de apitar”, disse ele ao jornal, citando o filho \n Miguel, de 10 meses, como principal motivação para a possibilidade de \n deixar ao apito. “Apito no país inteiro, só vejo racismo no Rio Grande \n do Sul. Não sou eu o errado. Decidi desabafar, é a melhor forma de \n ajudar Miguel”, completou Márcio.\n \n Em 2005, o árbitro foi alvo de ofensas também no jogo Caxias x Encantado\n – o técnico do time visitante, Danilo Mior, chamou o juiz de “negrão \n coitado”, ato que foi relatado na súmula do jogo e que valeu 60 dias de \n suspensão ao técnico. Para Márcio Chagas da Silva, esse tipo de ofensa é\n comum na Serra Gaúcha, onde “é muito difícil trabalhar”.\n \n Em sua casa após a partida, deixou de lado a redação da súmula e enviou \n um e-mail aos amigos, comentando o incidente no jogo em Bento Gonçalves.\n “Ontem à noite (quarta-feira) fui recebido de forma hostil, algo que \n não é novidade, mas também com insultos racistas desde a entrada em \n campo (...). Fui chamado por parte de torcedores do Esportivo com as \n seguintes palavras: ‘macaco safado ladrão, volta para selva negro \n imundo’. Além destes elogios todos, meu carro foi amassado a pontapés \n nas portas e arranhado com algum objeto contundente, sendo que colocaram\n bananas por cima do carro e no cano de escapamento.”\n